sexta-feira, 20 de abril de 2012

"Nené" diz que não disse o que disse: repomos a verdade

O empresário António M. Cardoso (à direita) não me conheceu ontem, conhece-me há mais de 30 anos,
como a foto documenta (tirada no Hotel Alfa, com Mestre Batista e Rogério Amaro, na festa da
alternativa de Rui Salvador). Sabe que não minto, nem invento "declarações", sabe que me disse o que
agora veio dizer que não disse...


Em resposta - por que se impunha - ao comunicado que me foi enviado pelo empresário António Manuel Cardoso ("Toiros & Tauromaquia") e já está amplamente divulgado noutros blog's e sites de tauromaquia, pretendo esclarecer o seguinte:

1 - Primeiro que tudo, não retiro uma vírgula de tudo o que ontem foi escrito e, nomeadamente, das declarações, via telefone (telemóvel, para ser mais claro) que me foram prestadas pelo empresário António Manuel Cardoso.
2 - Segundo, o referido empresário conhece-me há cerca de trinta anos (30) e sabe, também, que eu tenho dado preferência na minha vida à verticalidade e que também nunca fugi à verdade.
Vamos por partes.
3 - Telefonei-lhe, sim senhor, para saber do estado clínico do jovem cavaleiro que apodera, João Maria Branco e se estaria ou não em condições de actuar dia 28 em Estremoz. Mas esse telefonema aconteceu na passada quarta-feira, dia 18, após duas tentativas anteriores, na véspera, numa das quais lhe deixei uma mensagem e na outra fui por ele atendido, dizendo-me que estava numa reunião e me ligaria mais tarde. Fê-lo no dia seguinte, quarta-feira. Como se pode confirmar através da notícia que, sobre esse assunto (João M. Branco) publiquei no blog na quarta-feira.
4 - Ontem, quinta-feira, dia 19, perto do meio-dia, telefonei novamente ao empresário António Manuel Cardoso - mas o assunto não foi o estado clínico do cavaleiro João Maria Branco. Como bem se lembrará, telefonei a pedir um comentário sobre o facto de, na véspera, ter tido conhecimento da realização de uma corrida em Santarém a 6 de Junho com o mesmíssimo cartel da que ele anunciou para Reguengos a 10, quatro dias depois. Não houve, no telefonema de ontem, qualquer menção ao estado clínico de João Maria Branco.
5 - Certamente que ao abordar o empresário António M. Cardoso sobre o assunto Santarém/Reguengos, ele sabia que não estava a ter comigo, como alega, uma "conversa informal". Pessoalmente, tanto me faz o que o empresário pensa ou não pensa do caso. Fi-lo como jornalista e o António Manuel, quando falou comigo, sabia que estava a falar com o jornalista e não a ter uma simples "conversa informal".
Tanto que o sabia que me falou inclusivamente de outros assuntos (nomeadamente da possibilidade de um acordo publicitário, colocando nos seus cartazes o logotipo do "Farpas"...). Por isso, não pode agora alegar "armadilhas", conversas distorcidas ou coisas afins.
6 - Não existe, no texto publicado, reafirmo e insisto, nenhum "contorno feito à imagem de quem o escreve". O que lá está, repito, foi textual e itegralmente o que o empresário me disse.
Nomeadamente, tudo o que confirma no seu comunicado e ainda outras coisas que, por terem menor interesse, não mencionei.
7 - É verdade que me contou a história da montagem do cartel de Reguengos, as conversas com o apoderado Francisco Penedo, as anteriores e a seguinte a ter conhecimento do mesmo cartel em Santarém. Disse-me, como ele próprio confirma, que apoderado Penedo tinha proposto tirar o filho de Rouxinol do cartel de Santarém para que o elenco não fosse igual e comentou que não fazia sentido "ser o miúdo a pagar as favas".
Disse-me também que dissera ao apoderado de Rouxinol que assim, em Santarém seria "a despedida de solteiro" e em Reguengos "o casamento", tal a repetição de festejos comemorativos dos 25 anos de alternativa do cavaleiro.
Sugeriu, é também verdade, que a empresa de Santarém deveria modificar os cartéis, com base nos toureiros que contratou, por forma a que o de dia 6 de Junho não fosse igual ao de dia 10 em Reguengos e disse-me, como está escrito, que se Bolota não conta este ano com Ventura, poderia eventualmente trazer outro espanhol, Pablo, Cartagena ou Leonardo.
8 - É verdade que fez severas críticas à APET (Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos), afirmando que "não valia a pena fazerem reuniões, fingirem que se respeitavam todos e depois virem cá para fora borrar a pintura".
É verdade que me disse que, se não alterassem o cartel de Santarém, estava a pensar seriamente em "pôr fora da sua carroça", foi exactamente este o termo, o cavaleiro Luis Rouxinol, ou seja, tirá-lo de todas as corridas para que o contratara. Disse mais: que tinha dito ao apoderado Penedo que, a levar desta forma a carreira do toureiro, "ele jamais passaria de rouxinol a canário". Enumerou as corridas todas, próximas, em fins-de-semana seguidos, em que o toureiro participa, concluindo que "indo a todas", qualquer dia "já ninguém o podia ver". Lembrou-me, inclusivé, que sempre apoderou Figuras do Toureio, a começar pelo saudoso José Mestre Batista, e que nunca geriu assim a carreira de um toureiro.
9 - Disse-me, reafirmo, que "embora nem fale com ele, quem tem razão é o Rui Bento quando diz que os apoderados de hoje são tractoristas, etc.".
Resumindo: não "inventei", não o costumo fazer, nenhuma declaração, nem tão pouco escrevi qualquer coisa que não me tivesse sido dita pelo empresário António Manuel Cardoso.
A conversa telefónica com o empresário ocorreu, repito, ontem, quinta-feira, perto do meio-dia.
10 - Ao final da tarde, perto das 19 horas, recebi novo telefonema de António Manuel Cardoso.
"Miguel, não abri todo o dia o computador, mas estou farto de receber telefonemas a dizerem que saíu no 'Farpas Blogue' um comunicado ou declarações minhas a dizer mal do Bolota, do Penedo, da APET..." - disse-me.
E eu expliquei-lhe que o que tinha saído no blog era exactamente o que ele me tinha declarado de manhã, a propósito da repetição de cartéis em Santarém e Reguengos, que fosse ler para confirmar.
"Ligaste-me para saber do estado do Branco e depois falámos disso, não foi?" - acrescentou o empresário. E eu relembrei-lhe:
- Não, para saber do Branco foi ontem que falei. Hoje foi pelo caso dos mesmos cartéis...
"Então vou ler o blog e depois ligo, deitas-te tarde?" - perguntou.
- Deito-me tarde, podes ligar à hora que quiseres - expliquei.
Ligou perto das 23 horas:
"Já li e vou mesmo ter que fazer um comunicado para esclarecer algumas coisas" - informou.
11 - E fez. Mas, repito: não retiro uma vírgula a nada do que ficou escrito nesse texto. 11 - 11 - Mantenho integralmente tudo o que escrevi e tudo o que António Manuel Cardoso me disse - além de outras coisas que disse e não escrevi.

Miguel Alvarenga
"Farpas Blogue


Foto Patrício Estay/Arquivo