Forcados viveram ontem momentos duros em Setúbal e não tiveram quem os acudisse... |
Miguel Alvarenga - Gritante e aflitiva a
inoperância de meios para fazer face a forcados lesionados na corrida que ontem
à noite se realizou em Setúbal e que, ainda para mais, estava a ser transmitida
em directo pela RTP.
Foram várias as ocasiões em que se
exigia "no local" a presença dos bombeiros e de médicos - e estes não
apareciam...
Um forcado do Grupo do Ribatejo ficou
inanimado na arena e apesar de se encontrar mesmo junto à porta dos cavaleiros,
não houve maca nem bombeiros. Foi retirado "à má fila" pelos
companheiros, com as consequências graves que daí poderia advir. Ficou longos
momentos estendido no páteo de cavaleiros, até que chegassem finalmente
elementos dos Bombeiros e... a maca...
"Meia hora" depois, a médica
de serviço na praça, lá saíu do burladero onde assistia decontraidamente à
corrida para "ir ver o que se passava". Curiosamente, no final do
espectáculo, foi ela a primeira a entrar no escritório da empresa... certamente
para receber os seus honorários.
No último toiro da noite, um elemento do
Grupo de Beja saíu visivelmente combalido da arena, com dificuldades em
respirar e sangrando do nariz. Não houve ninguém que o acudisse. Nem os
companheiros "deram por ele". Ficou ali sózinho, encostado à trincheira. Por fim, lá apareceu um bombeiro
"com um paninho" para tentar "estancar" o sangue. Finda a
corrida, vimo-lo a caminho do Hospital de Setúbal, mesmo defronte da praça,
acompanhado pela namorada.
Perante uma corrida que se previa
"dura", dadas as conhecidas características dos toiros de António
Silva, teria sido bem mais eficaz dotar de melhores e mais eficazes meios de
socorro um espectáculo desta natureza - ou estarei enganado?
Não houve ontem uma
tragédia em Setúbal, por acaso. Mas só mesmo por acaso...
Fotos Emílio de Jesus/fotojornalistaemilio@gmail.com
Onde estavam os bombeiros?... E a maca?... |