quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Rouxinol Jr. a poucos dias de encerrar a época em Évora: "Haverá sempre uma rivalidade amigável com meu pai!"

Empresário António M. Cardoso volta a apostar no futuro: Luis Rouxinol Jr.
integra o cartel da última corrida do ano no domingo em Évora


Luis Rouxinol Júnior é um dos intervenientes na última grande corrida do ano, no próximo domingo, dia 30, em Évora, onde alternará, entre outros, com seu pai. E diz: “Mais do que pai e filho, somos dois colegas em competição, haverá sempre uma rivalidade amigável entre nós”. O seu objectivo é ser um dia figura do toureio. Sobre a esperada alternativa, pode ser no próximo ano. Diz que é um passo que “tem que ser dado com toda a segurança”. “Tirar a alternativa só por a tirar não é o que ambiciono”, afirma. Este jovem sabe o que quer e para onde vai. E já é um caso.

- É considerado pela crítica como a maior promessa dos cavaleiros praticantes. O que pensa disso, concorda, acha que está no bom caminho, o que falta para chegar ao topo?
- É sempre bom ser reconhecido pela crítica, e se essa for realmente a opinião da imprensa, melhor ainda. No que me diz respeito, tenho trabalhado muito para alcançar o triunfo e tentar nunca defraudar o público em praça, isso é o mais importante para mim. Tenho noção de que ainda tenho muito que aprender, penso que estou no caminho certo e também tenho a sorte de ter como mestre uma das maiores figuras do nosso país que é o meu pai. O meu objectivo é ser figura do toureio, chegar ao topo claro, mas para isso tenho que trabalhar muito, dar sempre o meu melhor e o resto será o tempo a consolidar. É preciso dar um passo de cada vez.
- É fácil ser toureiro sendo filho de uma figura como Luís Rouxinol? Não considera que haverá sempre quem faça comparações?
- De fácil não tem nada! Tenho a enorme responsabilidade de “carregar” o nome Rouxinol, mas isso é uma das coisas de que mais orgulho tenho. Ser filho de uma das maiores figuras do toureio é o sonho de qualquer jovem toureiro, e graças a Deus, eu tenho esse privilégio. É normal que façam sempre comparações entre pai e filho, e acho que isso de uma certa forma até é bom, porque causa sempre uma “rivalidade” amigável entre mim e o meu pai em praça. E quem for a Évora no próximo dia 30 à corrida, poderá comprovar que em praça, mais do que pai e filho, somos dois colegas em competição. Mas claro que ainda estou muito longe do nível do meu pai apesar de sonhar superá-lo um dia, se é que isso é possível.
- Optou por um estilo muito próprio, sem “copiar” seu pai, inclusivamente não põe pares de bandarilhas. Foi uma opção propositada?
- A linha de toureio é a mesma do meu pai, tenho as mesmas bases, ele é o meu exemplo e em quem me inspiro, os cavalos estão postos da mesma maneira mas não o quero imitar de forma alguma. Ele é ele e eu sou eu. Quero subir degrau a degrau, ser eu próprio com os meus méritos e não ser apenas o filho do Luís Rouxinol. E isso, só o trabalho e o esforço ajudarão a conseguir alcançar. Não digo que um dia não ponha os pares de bandarilhas mas não é algo que creia ser essencial por agora à minha formação e ao toureio que pretendo praticar.
- Alternativa em 2017? Onde e com que cartel gostava que fosse?
- Está tudo em aberto. Prefiro pensar sempre a curto prazo e agora estou focado essencialmente em terminar da melhor maneira a temporada 2016 no próximo domingo em Évora. Depois no defeso, junto do meu pai e do meu apoderado, Francisco Penedo, então teremos tempo de pensar se 2017 será o ano da alternativa. Esse é um passo que tem que ser dado com segurança, tirar a alternativa só por tirar não é o que ambiciono. A única certeza que tenho é que quando esse dia chegar, o meu padrinho de alternativa terá que ser o meu pai! O resto, é esperarmos para ver o que o futuro nos reserva.

Fotos Emílio de Jesus