domingo, 7 de maio de 2017

Nocturna em Elvas: faltou público, sobrou bom toureiro...

Com um cartel desta envergadura - da esquerda para a direita, Marcos Bastinhas,
Moura Caetano e Miguel Moura - impunha-se ontem uma enchente na corrida
nocturna que decorreu no Coliseu de Elvas. Mas o público não preencheu mais
de meia casa. Organizem-se, senhores empresários, revejam as estratégias,
não montem corridas em cima umas das outras, que isso é prejudicial para
todos e em nada engrandece a nossa Festa! Fica o aviso à navegação!
Maestria e uma posição consolidada, com um cunho muito próprio, em 11 anos
de alternativa que dia 8 de Junho vai assinalar no Campo Pequeno. João Moura
Caetano
bordou o toureio ontem no Coliseu de Elvas!
Marcos Bastinhas empolgou ao melhor estilo de seu pai, reafirmando-se digno
sucessor do Maestro - que todos desejamos ver de regresso às arenas. No
quinto, o ganadeiro Joaquim Alves acompanhou-o na volta à arena
Arrojo e arte no toureiro de Miguel Moura, que ontem se destacou em Elvas
sobretudo na lide do último toiro da noite
Coesos e valentes, os Forcados da Tertúlia Terceirense (Ilha Terceira, Açores)
pegaram o primeiro toiro à primeira, sendo cara o valente Francisco Tomás
Os Académicos de Elvas tiveram dificuldades em pegar o segundo toiro da
noite. Consumou a sorte Paulo Maurício, à segunda, dobrando João Bandeira,
que se lesionou após, também, duas tentativas
Marcos Prata, do Grupo de Coimbra, pegou o terceiro toiro à primeira
Luis Baldaia, do grupo açoreano, na quarta rija pega da noite
A quinta pega foi consumada à primeira por António Machado (Elvas). Em baixo,
a sexta, também ao primeiro intento, por intermédio de José Ferreira (Coimbra)


Apesar de um cartel bem rematado e que punha "à bulha" três das grandes vedetas da nova vaga do toureio equestre, o público não acorreu ontem à noite, como se impunha, ao Coliseu de Elvas, preenchendo apenas meia casa. Os empresários vão ter um dia que repensar esta estratégia (errada e prejudicial para uns e outros) de corridas "aos montões" em cima umas das outras. À tarde tinha havido corrida em Montemor e uma novilhada em Vila Franca e hoje, domingo, há duas à mesma hora, uma em Vila Franca e outra no Montijo. O povo não tem poder monetário para ir a todas. E depois quem perde são as próprias empresas e os artistas... porque não vai faltar quem diga que "não metem gente na praça"...
Na nocturna de ontem em Elvas, com escasso ambiente, houve grandes momentos de bom toureiro. João Moura Caetano vive uma época de plena consagração após 11 anos de alternativa - que festejará no Campo Pequeno no próximo dia 8 de Junho. Voltou a estar ontem em plano de grande lidador, impondo a sua tauromaquian de cunho muito próprio, o temple artístico do seu bom toureiro e a fantástica forma da sua quadra de cavalos, das melhores de todos os tempos. Duas lides perfeitas e empolgantes. Com a sua marca.
Marcos Bastinhas é um digno sucessor da trajectória de inequívoco sucesso de seu pai, o Maestro Joaquim Bastinhas, infelizmente afastado temporariamente das lides devido a grave acidente e que todos desejamos ver rapidamente de volta - porque faz falta e não há outro igual a ele. Exuberante e desenvolto, o jovem Bastinhas viveu ontem momentos de triunfo na sua terra e perante o seu público. Miúdos entusiasmados acompanharam as suas lides com gritos de "Marcos! Marcos!", o que denota bem a sua popularidade - filho de peixe...
Miguel Moura deixou ambiente para a corrida de dia 18 em Lisboa, onde se vai apresentar ao lado de seu irmão João e de Pablo Hermoso de Mendoza. Intérprete de um conceito de toureio que foi imposto há 40 anos por seu pai e que hoje todos seguem, uns com maior perfeição, outros com menos, mas todos com a mesma vontade, Miguel Moura destacou-se ontem sobretudo na lide do último toiro, onde protagonizou verdadeiros momentos e detalhes ao melhor estilo mourista, depois de ter estado menos regular na primeira actuação.
As pegas foram executadas pelos grupos de forcados da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, Académicos de Elvas e Amadores de Coimbra, sendo os açoreanos que ontem levou a melhor com duas excelentes pegas por intermédio de Francisco Tomás e Luis Baldaia, desempenhando todos os elementos um papel coeso nas ajudas.
Os de Elvas tiveram algumas dificuldades em pegar o seu primeiro toiro. A primeira pega foi executada à segunda por Paulo Maurício, a dobrar João Bandeira, que se lesionou após outras duas tentativas; a segunda foi executada à primeira por António Machado.
Os Amadores de Coimbra fizeram duas rijas pegas à primeira, sendo caras os forcados Marcos Prata e José Ferreira.
Não tiveram a transmissão desejada os toiros de Pinto Barreiros. Deixaram-se lidar no geral, destacando-se o quinto, de boa nota, que proporcionou ao ilustre ganadeiro Joaquim Alves honras de volta à arena com Marcos Bastinhas e o forcado elvense.
A corrida, que apesar dos bons detalhes dos intervenientes, resultou morna pela falta de assistência, foi bem dirigida pelo competente Marco Gomes.

Fotos Maria Mil-Homens