quarta-feira, 11 de julho de 2018

António Prôa (PSD) defende Tauromaquia na Assembleia Municipal de Lisboa e presidente da Câmara diz que "não dá apoio às touradas"



A Assembleia Municipal de Lisboa (AML) votou ontem desfavoravelmente, como aqui noticiámos, uma recomendação do partido Pessoas Animais e Natureza (PAN) pedindo à Câmara Municipal da capital que tome medidas tendentes a abolir a realização de touradas na Praça do Campo Pequeno. A decisão daquele órgão, antecedida de incidentes processuais no momento da votação e de um debate bastante acalorado, evidenciou uma clara fractura sobre a matéria entre os partidos ali representados, o que ficou bem claro no facto de oito deputados municipais do Partido Socialista terem optado por votar ao lado do PAN em sentido contrário ao da maioria da bancada, mas também por o presidente da autarquia, Fernando Medina (PS), ter pedido a palavra para assegurar que a “Câmara de Lisboa não dá nenhum apoio, de forma directa ou indirecta, a touradas”. Tomem nota!
Brilhante foi a intervenção do social-democrata António Prôa (foto ao lado), que considerou tratar-se a iniciativa do PAN da “imposição de uma ideologia”, algo “incompatível com a democracia”, disse.
“O propósito do PAN é decretar para todos os portugueses o animalismo. Trata-se de uma visão largamente minoritária, que, à boleia de uma alegada ética de respeito pelos animais, nos querem impor. A ética não se decreta”, afirmou.
O deputado municipal do PSD criticou o que vê como a “visão eminentemente urbana de quem desconhece e faz questão de desconhecer o que é o pluralismo, a diversidade da realidade não urbana, que faz parte do nosso país, há muito tempo”.
António Prôa disse ainda que a capital “é também o espelho do país” e, por isso, o que estaria em causa neste debate seria “continuar a afirmar Lisboa como cidade aberta, tolerante e que respeita a diversidade” ou optar por um “inaceitável totalitarismo ideológico”.

Fotos D.R.