quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Parreirita Cigano: "Não quero morrer sem me apresentar como matador no Campo Pequeno!"

Parreirita Cigano com Miguel Alvarenga ontem no Cartaxo
A arte não tem idade: Parreirita em Outubro passado toureou assim na Azambuja
Depois de ter estado vinte anos sem tourear, Parreirita reapareceu há quatro anos
e triunfou na praça do Cartaxo. Em baixo, com seu filho, o jovem cavaleiro que
também se anuncia nas arenas como Parreirita Cigano


"Ainda me sinto em forma, ainda tenho pernas e coração e a minha eterna mão esquerda!". O matador Parreirita Cigano vai regressar às arenas 

Com 61 anos e depois de em Outubro passado ter deixado tudo e todos boqueabertos com uma faena de muleta notável no festival que se realizou na praça da Azambuja, o matador de toiros Parreirita Cigano garante que "está para durar" e quer voltar a tourear este ano.
"Preparo-me todos os dias e continuo a alimentar o sonho de actuar no Campo Pequeno, onde nunca me apresentei como matador de toiros", afirma.
E acrescenta:
"O coração ainda cá está, a minha mão esquerda também e as pernas estão em forma".
Aluno dos irmãos Badajoz na antiga e célebre Escola de Toureio de Coruche, onde nasceu, Parreirita Cigano formou, enquanto novilheiro, uma das últimas grandes parelhas do nosso toureio a pé com António de Portugal.
Em Espanha chegou a ser apoderado pelo famoso "El Pipo", o taurino que descobriu e lançou o célebre Manuel Benítez "El Cordobés".
Parreirita Cigano, pai do actual cavaleiro de alternativa que também assim se anuncia nas arenas (foto ao lado), tomou a alternativa de matador de toiros na localidade espanhola de Almonaster La Real a 15 de Agosto de 1992, apadrinhado pelo também matador português Manuel Moreno, com o testemunho do espanhol Francisco Campos Peña, com toiros de Juan Jiménez Alarcón.
A 12 de Setembro desse mesmo ano fez a sua apresentação em Portugal como matador na praça de toiros do Cartaxo, onde voltou a alternar com António de Portugal. 27 anos depois, continua com uma "espinha atravessada na garganta": "Nunca me apresentei na primeira praça do meu país, a do Campo Pequeno, como matador de toiros... uma praça onde tantas vezes triunfei como novilheiro. E não quero morrer sem aí tourear!".

Fotos Luis M. Pombeiro, Fernando Clemente e Emílio de Jesus