Francisco Morgado, correspondente em Portugal do site taurino espanhol mundotoro.com, considera, num artigo hoje publicado, que a continuidade da tauromaquia em Lisboa (Campo Pequeno) corre "um risco sério" depois de Fernando Medina, presidente da Câmara da capital, ter enviado um documento oficial à Casa Pia (proprietária do imóvel) "desobrigando-a" da realização de espectáculos tauromáquicos no recinto.
Inaugurada em 1892, os terrenos em que a praça foi edificada pertenciam à Câmara Municipal e foram ao tempo cedidos à Casa Pia, com uma cláusula que obrigava à realização de touradas, uma vez que a praça vinha substituir a anterior existente na capital no Campo de Santana.
Desde há mais de cem anos que os contratos de adjudicação da praça pela Casa Pia às várias empresas tauromáquicas que a geriram tinham uma cláusula obrigando à realização de corridas de toiros, além de poderem realizar-se outro tipo de espectáculos.
Agora, a posição do presidente da Câmara de Lisboa, ao que se diz, pressionado pelo PAN e pelo Bloco de Esquerda, vem pôr termo, mais de cem anos depois da inauguração da praça, à obrigatorieade da realização de espectáculos tauromáquicos naquela que é considerada e referenciada em todo o mundo como a Catedral do Toureio a Cavalo.
Fernando Medina (Partido Socialista) especifica na sua missiva e deixa claro que "a Casa Pia de Lisboa tem a mais ampla liberdade na decisão quanto à actividade a realizar no recinto em causa (...), sendo certo que a realização de espectáculos tauromáquicos nunca será para o Município de Lisboa condição de manutenção da concessão".
A Casa Pia de Lisboa não comentou ainda esta "desobrigação" de realizar espectáculos tauromáquicos com que Fernando Medina veio hoje agitar o meio taurino nacional.
"Oxalá nos equivoquemos sobre o futuro, mas as esperanças são escassas", escreve Francisco Morgado no site mundotoro.com.
Fotos D.R.
