segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Livro de Rui Falcão de Campos apresentado esta 6ª feira no Salão Nobre do Campo Pequeno



Na próxima sexta-feira, dia 27 de Setembro, às 18h30, a anteceder a grande corrida dessa noite, o Campo Pequeno abre o Salão Nobre para a apresentação do livro “O Rapaz que sorria aos Toiros – uma novela ribatejana”.
É a primeira obra de ficção do escritor scalabitano Rui Falcão de Campos (foto ao lado).
Nesta novela, cuja acção se situa no Ribatejo de 1971, entrecruzam-se em planos sobrepostos uma multiplicidade de histórias de amor, enquanto se captam as tensões sociais de uma região e de um país em plena evolução da matriz agrária no sentido da industrialização e da concentração urbana – Lisboa e os seus subúrbios parece que engolem os homens que sobejam da guerra em África e da emigração.
A história de amor adolescente entre Luz, a órfã vinda do Norte para uma herdade da Chamusca, e Lourenço, o misterioso rapaz “de olhos de falcão e coração de toiro” por quem ela se apaixona, é-nos apresentada pelo velho maioral de toiros, a quem serve, no fim de vida, de contraponto ao seu próprio amor de juventude, pela noiva que o traiu e abandonou, e que foi o único amor e o grande desgosto da sua vida de “viúvo que nunca casou”.
Estes amores, romântico um e trágico o outro, confundem-se na narrativa com esse outro amor, entre a lezíria e o Tejo que a um tempo a assola e a fecunda, e que aos Povos da Borda d’Àgua traz miséria e fartura em vagas sucessivas.
A novela lê-se num jacto, escrita que está numa linguagem simples, acessível a um público a partir dos doze anos. Para o leitor ribatejano, tem o atractivo de personagens e cenários se situarem na região. O maioral é do Pombalinho, a sua noiva do Vale de Santarém, os amores de Luz e Lourenço passam pelas Fazendas de Almeirim, pela Valada ou pela Ilha Verde, na Ribeira de Santarém… A obra faz memória de antigas casas ganadeiras, como a Casa Terré, ou a de David Luziello Lopes, entre um sem número de pormenores regionalistas.
Mas a maior história de amor encontra-se, claramente, no enlevo com que o autor aborda as paisagens, os costumes, as gentes desse Ribatejo de 1971.

Foto D.R./@Rui Falcão de Campos/Facebook