Mais espectáculos e um aumento significativo de público nas praças constituiram a maior resposta dada pelos aficionados aos ataques de foram vítimas |
António Telles (34 actuações) e Luis Rouxinol (31) foram os cavaleiros que mais tourearam em Portugal esta temporada |
O número de touradas aumentou em 2019 e os espectadores em corridas de toiros em Portugal aumentam pelo terceiro ano consecutivo
O ano de 2019 voltou a ser um ano de crescimento para a Tauromaquia. Mais de 469 mil pessoas assistiram a espectáculos tauromáquicos, o que representa uma subida de 7% face a 2018 (440 mil), sendo o valor de 2019 o mais elevado dos últimos cinco anos, numa demonstração inequívoca da força desta atividade cultural no País.
Neste ano registaram-se 207 espectáculos, informa a PróToiro, uma subida em relação aos 202 de 2018. O número médio de espectadores em corridas de toiros ascende às 2.793 pessoas, o que representa um acréscimo de 442 pessoas face à média dos últimos 20 anos.
Realizaram-se cerca de mil eventos de tauromaquia popular (actividades de rua como largadas, touradas à corda, capeias…) estimando-se que tenham envolvido mais de 2 milhões de pessoas.
A vitalidade da Tauromaquia em Portugal fica também espelhada nos resultados obtidos na transmissão televisiva de quatro corridas (três na RTP e uma na TVI) tendo obtido uma media acumulada de 1 milhão e 800 mil telespectadores.
“Após três anos de crescimento, a retoma do sector é já uma realidade. Trata-se de um sector cultural socialmente responsável, promotor da biodiversidade e da mitigação das alterações climáticas, gerador de riqueza e emprego, sendo uma das expressões únicas da cultura portuguesa. Perante os ataques de alguns partidos contra a tauromaquia, a resposta dos portugueses foi dada indo às praças de norte a sul. Uma resposta clara de afirmação da liberdade e respeito dada pelos portugueses, em defesa da nossa cultura, que deveria ser entendida pelo governo”, considera Hélder Milheiro, secretário-geral da PróToiro.
Albufeira, tal como em anos anteriores, é a cidade com mais espetáculos (25), seguida de Lisboa (14) e Vila Franca de Xira (11). No que diz respeito à taxa de ocupação em corridas de toiros, a região do Centro lidera com 75 por cento, seguida pela região do Alentejo com 72 por cento e do Norte com 68 por cento.
De norte a sul do Continente e também nas Ilhas houve espectáculos tauromáquicos em todos os distritos, com excepção para Aveiro, Braga e Vila Real. A confirmar a fortíssima adesão da afición nortenha, as corridas de toiros realizadas nos distritos de Viseu e Porto registaram taxas de ocupação a rondar os 100 por cento.
António Telles, Luís Rouxinol e Luís Rouxinol Jr., respectivamente com 34, 31 e 27 actuações, foram os cavaleiros que mais vezes entraram nas arenas em 2019. Manuel Dias Gomes (9), Nuno Casquinha (7) e António João Ferreira (5) lideraram o ranking de actuações dos matadores. Os forcados amadores de Vila Franca (18), Montemor-o-Novo (17) e Santarém (17) lideraram as actuações dos grupos de forcados.
No ano que termina tornaram-se cavaleiros de alternativa (profissionais) três jovens cavaleiros: António Prates, Nelson Lima e João Soller Garcia.
Em 2019, as ganadarias portuguesas voltaram a contribuir positivamente para a balança comercial de bens e serviços, tendo as exportações atingido os 450 toiros e as importações 15. As ganadarias que mais toiros lidaram em Portugal foram Passanha (65), Sesmarias do Guadiana (44) e Palha (41). Tendo em conta as exportações o top três é ocupado por Passanha (90), Guiomar Cortes Moura (74) e Palha (56).
Nota:
Esta informação estatística foi reunida pela PróToiro - Federação Portuguesa de Tauromaquia, com base no cruzamento dos dados da Associação Nacional de Toureiros e da Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de Lide. Esta análise permite um retrato mais fidedigno da tauromaquia em Portugal, uma vez que os dados da Inspeção Geral das Actividades Culturais apenas refletem a actividade administrativa deste organismo em Portugal Continental. A Região Autónoma dos Açores, por reger-se por legislação própria, não está incluída, tal como espectáculos que não são abrangidos pelo regulamento taurino, como Barrancos, os recortadores, demonstrações de toureio, vacadas entre outros. O critério utilizado na contabilização espectáculos e espectadores é a de todos os eventos em que foi lidada pelo menos uma rês brava.
Fotos D.R. e M. Alvarenga