Um ano de saudade. Faltavam poucas horas para a entrada de 2019 quando perdemos Joaquim Bastinhas, o mais querido dos toureiros nacionais. Marcos, seu filho, manteve esta temporada acesa - e de que maneira! - a chama da alegria que durante quase meio século fora a marca inigualável que seu pai deixara no mundo. Mas nada voltou a ser igual
Miguel Alvarenga - Aquele que fora o mais querido e o mais popular dos toureiros nacionais nos últimos quarenta anos, Joaquim Bastinhas, morreu há exactamente um ano, no último dia de 2018, quando todos se preparavam para celebrar a entrada de um novo ano. Estava há dois meses internado no hospital e o seu triste fim foi quase a crónica de uma morte anunciada. Talvez esperada. Mas injusta. Terrivelmente injusta.
Durante as últimas quatro décadas, ele fora tudo. Um toureiro de verdade que ganhou o respeito de todos. Uma figura de época e que marcou o toureio em Portugal. Um ídolo popular muito para além do mundo tauromáquico.
Foi a alegria, a contagiante alegria que a todos tocava e cativava mal entrava na arena. Foi a coragem, a coragem de enfrentar a morte e vencer os perigos sempre com um sorriso franco no rosto.
Superara poucos meses antes a gravíssima situação de um acidente que o mantivera quase dois anos afastado das arenas e reaparecera em glória, prometendo que este ano de 2020 seria o do regresso em força.
Nara voltou a ser igual sem a presença carismática e única de Joaquim Bastinhas nas praças de toiros. Seu filho Marcos prestou-lhe este ano a maior e mais bonita das homenagens. Ultrapassou tudo e sagrou-se como um dos grandes triunfadores da temporada, revivendo nas arenas toda a história que seu pai deixou para trás - e que foi uma daquelas histórias que não se esquecem mais.
Um ano depois da sua partida, recordamos Joaquim Bastinhas com uma saudade que não tem fim. Nem terá nunca.
Fotos Frederico Henriques e Maria Mil-Homens