Nunca houve fumo sem fogo - e a realidade é que já se fala por aí demais no nome de Rafael Vilhais como o "preferido" do concurso de adjudicação das seis datas do Campo Pequeno, cuja data limite para entrega de propostas é a sexta-feira da próxima semana, dia 20...
Miguel Alvarenga - À boca cheia e não apenas em surdina, todos falam desde há alguns dias no nome do empresário Rafael Vilhais (foto ao lado), que estaria "bem escudado" por "empresários fortes da Margem Sul", como o mais provável vencedor do concurso para adjudicação das seis datas da temporada no Campo Pequeno. cuja data limite para a entrega de propostas é a próxima sexta-feira, dia 20, conhecendo-se depois a decisão da empresa Plateia Colossal no dia 23, segunda-feira.
Vilhais foi, de facto, um dos empresários tauromáquicos que já levantou o caderno de encargos e ele mesmo disse ao "Farpas" anteontem, quando almoçava na "Casa das Enguias", que estava a estudar o documento mas "ainda não decidira" se iria concorrer. O segredo é a alma do negócio...
Outros empresários também já levantaram o caderno de encargos, entre os quais José Luis Gomes, Luis Miguel Pombeiro, Rui Gato Rodrigues, Ricardo Levesinho e Margarida Cardoso (Toiros & Tauromaquia), sendo por isso de prever que haja vários concorrentes.
Segundo vários empresários, o caderno de encargos "é viável", "está muitíssimo bem estruturado" e, ao contrário do que se tem dito, "não é nenhuma armadilha e muito menos um presente envenenado para acabar com os toiros em Lisboa".
O preço de 29.850 euros pelo aluguer de cada uma das seis datas não será. afinal e segundo um empresário nos adiantou, "um valor tão astronómico como por aí apregoaram" já que, no caderno de encargos, "está bem explícito que esse valor engloba os serviços que habitualmente são pagos por nós e que neste caso estarão por conta da Plateia Colossal". E explica:
"Todos os serviços estão incluídos no preço do aluguer e dizem respeito a porteiros, emboladores, arrumadores, polícia, bombeiros, médicos, Cruz Vermelha, cornetim, director de corrida, etc, o que normalmente se traduz num valor de cerca de 10 mil euros. Portanto, quando pagarmos 29.850 euros pelo aluguer de cada data, esses 10 mil já estão incluídos no valor, o que significa que o aluguer é efectivamente de 19.850, por isso nem sequer se pode dizer que o preço seja muito superior ao que é cobrado para a realização de outros espectáculos na praça".
O "Farpas" não teve acesso ao caderno de encargos. Aliás, está nele bem explícito também que o documento deve ser mantido "confidencial" e jamais "passado à imprensa". Mas acreditamos na informação que nos foi dada por um empresário e que, de certa forma, desdramatiza o alarmismo com que de início se falou do "elevado preço de aluguer das datas".
As seis corridas de 2020 no Campo Pequeno arrancam na segunda quinzena de Junho, havendo depois duas em Julho, duas em Agosto e uma final da primeira quinta-feira de Setembro.
De todos os empresários que se podem vir a candidatar, voltamos ao princípio, diz-se que Rafael Vilhais é neste momento o que está "mais bem posicionado" e há mesmo quem afirme que o concurso "está direccionado" para ele.
Eliminada, à partida, estará a candidatura do presidente da Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos, Paulo Pessoa de Carvalho, que na última quarta-feira se envolveu numa "cena canalha" no escritório da praça com o director-geral da empresa, João Gonçalves, não lhe tendo sido facultado o caderno de encargos que pretendia nessa tarde levantar e ainda tendo sido "posto na rua" pelos seguranças.
Os eventuais candidatos têm a partir de hoje uma semana para "contarem as armas" e elaborarem as suas propostas. Mas a realidade é que já corre por aí à boca cheia que Rafael Vilhais pode ser o nome que se segue a Rui Bento na gestão taurina da primeira praça do país. E como nunca houve fumo sem fogo...
Fotos D.R. e Emílio de Jesus/Arquivo