Depois do "Poeta", do "Baptista" e do "Manolete", morreu ontem o cavalo "Moreno" de Joana Andrade, a quarta vítima da quadra da toureira.
Não são ainda conhecidos - ou pelo menos não foram tornados públicos - os resultados das análises mandadas fazer pela ASAE e pela fábrica da ração ingerida pelos animais e que pode estar na origem deste drama - segundo divulgou ontem a RTP, trata-se de uma empresa sediada em Évora e que já terá retirado do mercado o lote, ensacado numa conhecida multinacional, que sábado passado foi dado aos cavalos de Joana Andrade na herdade de João Anão Madureira, no Redondo, onde a toureira tem a sua quadra.
Terá sido igualmente este mesmo lote de ração que ingeriu o cavalo "Fantástico", de Jorge D'Almeida, que também morreu no início da semana em Almeirim.
Segundo apurámos, a mesma ração foi dada também no último fim-de-semana aos cavalos de uma francesa praticante de Equitação do Trabalho e residente em Arraiolos, desconhecendo-se neste momento se algo de anormal se passou com os seus animais.
O "Moreno", que ontem morreu e pertencia há três anos à quadra de Joana Andrade (na foto), foi o cavalo com que a toureira recebeu a alternativa no ano passado na Monumental do Montijo e era utilizado de saída. "Era o meu cavalo das portas gaiolas", recorda Joana.
De origem argentina, o cavalo era cruzado, na base de inglês e Quarto de Milha. Joana Andrade recorda-o como "um cavalo com um temperamento muito dócil. A sua principal característica era a forma como aguentava os toiros de frente, quer eles andassem ou fosse preciso andar para eles, dobrando-se bem quer para a direita, quer para a esquerda. Na época anterior parou 12 toiros e fez três sortes de porta gaiola. Já este ano, parou 8 toiros".
"Considero-o o melhor cavalo de saída que já tive e creio que era um dos melhores que por aí havia", diz a cavaleira.
Foto D.R.