O jornalista-toureiro Diogo Marcelino, ex-aluno da Academia de Toureio do Campo Pequeno, surpreendeu em Fevereiro passado, após ter actuado na arena lisboeta durante o Encontro Internacional de Escolas de Toureio, ao anunciar que abandonava o sonho das arenas.
Na última semana, voltou a surpreender ao surgir em fotos divulgadas pela Escola de Toureio "Joaquim Gonçalves", de Santarém, após um treino no CNEMA (foto de cima) com os alunos do bandarilheiro Pedro Gonçalves, o que por muitos foi interpretado como um "regresso às lides", depois da "retirada".
O "Farpas" quis saber o que se passa e Marcelino esclareceu-nos:
"Ainda bem que me fazem essa pergunta, por que, de outra maneira, eu iria esclarecer por forma a não ferir susceptibilidades de ninguém. Devo muito ao Maestro Rui Bento (foto ao lado) e ao Maestro José Luis Gonçalves, bem como ao senhor Américo Manadas. No entanto, e embora acompanhasse os treinos e participasse nas lições, nunca estive inscrito, verdadeiramente, na Academia do Campo Pequeno. O meu sonho, além do jornalismo, é o toureio. Quero um dia apresentar-me como praticante e fazer a prova de novilheiro. Obviamente que sem aspirações a tornar-me matador de toiros. Mas quero fazer as coisas com profissionalismo, não quero andar a brincar, porque tenho o maior respeito pelo toureio e pelos toureiros".
E acrescenta:
"O que me levou, de algum modo, a desistir, foi o facto de na Academia do Campo Pequeno eu ter poucas possibilidades de participar nas tentas. O que entendo perfeitamente. Tenho 26 anos e há jovens muito mais novos e muito mais adiantados que eu. Às tantas, desiludi-me, essa é a verdade. Expliquei a situação aos Maestros Rui Bento e José Luis e ao senhor Manadas e eles entenderam as minhas razões. Mas o 'bichinho' continuou a 'roer-me' cá dentro...".
E assim:
"Pensei: novilheiro não vou ser, mas ao menos vou experimentar ser bandarilheiro. Comentei isso com o senhor Ricardo Relvas, que tem sido um bom amigo e conselheiro, que me dissuadiu dessa intenção, aconselhando-me a falar com o Pedro Gonçalves, já que a sua escola de toureio faz imensas tentas e eu poderia ter alguma oportunidade. E foi essa a razão porque comecei a treinar em Santarém, embora também não esteja inscrito na escola. Mas ao lado de Pedro Gonçalves terei mais oportunidades que, pelas razões que expliquei e que entendo perfeitamente, não teria na Academia do Campo Pequeno. Mas ainda bem que me contactaram e me pernitiram explicar tido isto, porque eu próprio tinha pensado esclarecer publicamente a situação, por forma a não ferir susceptibilidades, sobretudo de quem tanto me ajudou, como foi o caso do Maestro Rui Bento, do Maestro José Luis Gonçalves e do senhor Américo Manadas, a quem estou imensamente grato e com quem continuo a contar".
Fotos D.R.
