Miguel Alvarenga - Mal da nossa Festarola, não tinha mesmo gracinha nenhuma, se não fosse, aqui e ali, recheada de polémicas como a que ontem estalou e hoje prosseguiu, envolvendo-me a mim, ao meu querido amigo "Nené", ao toureiro Rouxinol e ao seu novo apoderado Francisco Penedo.
Polémicas assim até dão gosto e, pelo menos, fazem subir os índices de audiência dos blog's e dos sites. Não é uma polémica ofensiva, nem uma polémica que vise denegrir a imagem de quem quer que seja. Os respectivos intervenientes têm-se feito "ouvir", através dos seus comunicados - hoje até parece ser o Dia de São Comunicado! - com deferência, educação e "savoir faire", coisa que nem sempre acontece entre os "homens dos bois". Valha-nos isso.
O cerne da questão é um e só um - e quem o provocou (João Pedro Bolota) tem estado calado. É o único que falta falar.
A história tem pouco que se lhe diga: António Manuel Cardoso "Nené" (foto da direita) montou para 10 de Junho em Reguengos de Monsaraz uma corrida comemorativa dos 25 anos de alternativa de Luis Rouxinol com o seu padrinho de doutoramento, o Maestro Moura e, como graciosamente me disse (e isso esqueci-me de acrescentar nas declarações!), "uma das madrinhas", Joaquim Bastinhas, já que este e Rui Salvador foram as testemunhas da alternativa há 25 anos em Santarém. No cartel entra também, a lidar um novilho, o filho de Rouxinol - que fica ali muito bem, na tarde da comemoração da tão importante efeméride da carreira de seu pai.
Há dois dias, soube-se (ainda sem confirmação oficial, dado o seu já referido silêncio) que Bolota montara um cartel igualzinho para quatro dias antes, 6 de Junho, em Santarém - o que, como escrevi, além de representar uma gritante falta de imaginação do empresário, acaba por prejudicar a corrida de Reguengos e a sua. Perdem com isso as duas. E representa ainda uma discutível gestão da carreira do toureiro Rouxinol por parte do seu novo apoderado. Mas também representa - é preciso não esquecer - uma talvez ainda mais discutível gestão das carreiras de duas primeiríssimas figuras, como Moura e Bastinhas, ao deixarem-se anunciar em cartéis passados a papel químico, para já não falar dos outros em que se estão a anunciar aqui, ali e acolá, em praças alentejanas neste princípio de temporada...
"Nené" emitiu um comunicado dizendo que não tinha dito algumas das coisas que disse - e a que já respondi oportunamente, repondo a verdade. Aproveito para agradecer aos companheiros de outros blog's e sites que tiveram a amabilidade de publicar de imediato essa minha resposta.
Entretanto, o apoderado Penedo emitiu também um "parecer" onde, lamentavelmente, não diz nem comenta praticamente nada directamente relacionado com este assunto das corridas repetidas em Santarém e Reguengos. Tem a exclusiva preocupação de esclarecer que não é tractorista e que é uma pessoa bem educada - mas isso já todos sabíamos. Não precisava dizer.
Por fim, Luis Rouxinol subscreveu também um curto comunicado que alguém escreveu por si e onde também não dá nenhuma opinião sobre o caso em questão, limitando-se a reafirmar o seu apoio e a sua confiança no apoderado, assim como quem diz "o que ele fizer, bem feito está". Só lhe fica bem vir a pública reafirmar a confiança no seu "manager". Embora, em mais de vinte anos, nunca a isso tenha sido "obrigado" enquanto foi apoderado pelo saudoso Mário Freire...
Em suma: o empresário "Nené" ter-se-à arrependido de ter dito o que disse no que não foi "uma conversa informal", mas um contacto de jornalista a pretender obter um comentário seu sobre um caso que lhe dizia respeito e tinha interesse público. Já lhe respondi à letra e no que a isso diz respeito, dou o caso por encerrado. Apoderado e cavaleiro (na foto de cima) não comentaram ainda o facto das corridas iguais. Esclareceram apenas questões pessoais, à margem da questão que está sobre a mesa. Aguardemos agora que Bolota quebre finalmente o silêncio e diga também de sua justiça sobre a "tempestade" que causou.
Fotos João Dinis/Arquivo
