terça-feira, 15 de maio de 2012

De Espanha, nem bom vento...



... nem bom casamento! Antigo e sábio ditado, que uma vez mais se confirmou, a atestar pelo "amargo de boca" que o matador espanhol José Maria Lázaro causou ao bandarilheiro luso Pedro Gonçalves, prometendo-lhe lugar na quadrilha e presença em Madrid no próximo dia 31 de Maio e depois... Pedro Gonçalves (na foto de cima com Lázaro no tentadero de Pinto Barreiros e na foto do lado, bandarilhando em Sevilha com o poderio e a arte a que nos habituou) conta tudo, já a seguir:


Eu, Pedro Gonçalves, bandarilheiro de profissão, à qual me entrego de corpo e alma, cumpre-se fazer o seguinte esclarecimento:
Conforme noticiado em vários órgãos de Comunicação Social de vertente Tauromáquica, fui contatado pelo matador espanhol José Maria Lázaro, para lhe providenciar uns tentaderos em Portugal. Disponibilizei-me de imediato, tendo ficado acordado que, em troca, iria integrar a quadrilha dele em várias corridas em Espanha, incluindo uma corrida em Madrid.
Motivado pelo convite e por, finalmente, vir a realizar o meu sonho de bandarilhar na praça de Madrid, providenciei vários tentaderos nas melhores ganadarias portuguesas. Cumpri a minha parte do acordado.
Na véspera de seguir para Espanha, para bandarilhar em duas corridas agendadas (uma já havia sido adiada por causa da chuva), o matador em questão, liga-me pedindo desculpas, mas que não poderia integrar a quadrilha uma vez que o apoderado havia colocado três bandarilheiros espanhóis. Disse, ainda, para não me preocupar com a corrida de Madrid pois nesta estava garantida a minha participação e que viria a Portugal na semana seguinte para tentar e falar pessoalmente comigo. Ora, já passaram duas semanas e nem o telemóvel me atende.
Posto isto, sinto-me na obrigação de dar uma palavrinha de gratidão a todos os amigos que me apoiaram neste momento e que comigo queriam ter compartilhado a concretização do meu sonho de ir a Madrid.
Aos ganaderos, o meu muito obrigado por me terem aberto as portas e, com isso, me permitirem treinar e crescer, ainda mais, como bandarilheiro.
Sinto-me, igualmente, triste e desiludido por constatar que há pessoas que não têm palavra e mancham este mundo belo e artístico que é a Tauromaquia.
Mas, não posso baixar os braços e encontro-me totalmente disponível, com a garra e a arte que me são caraterísticas, para continuar a ser o bandarilheiro de sempre.

Pedro Gonçalves

Fotos Fernando Clemente/www.parartemplarmandar.com e D.R.