sábado, 2 de junho de 2012

Crime de Évora: Guilherme Bívar em prisão preventiva; PJ investiga cúmplice

Jornais de hoje noticiam que a PJ investiga um presumível cúmplice
no crime de Évora. Na capa do "Correio da Manhã", o marido de Ana Bívar,
o deputado António Prôa, do PSD, ontem durante as cerimónias fúnebres em Lisboa


Guilherme de Bívar Páscoa, 42 anos (foto ao lado), criador de cavalos e ex-candidato aos orgãos directivos da Associação do Puro Sangue Lusitano (APSL) no ano passado, que quarta-feira terá atropelado e esfaqueado em Évora as duas irmãs, por problemas de partilhas, causando a morte a Ana Cristina Bívar (51 anos), subdirectora do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, foi ontem ouvido ao longo de oito horas por um juiz do Tribunal de Instrução Criminal de Évora, que ao início da noite lhe decretou a prisão preventiva. Aguardará julgamento em Lisboa no Estabelecimento Prisional da Polícia Judiciária.
Entretanto, a Polícia Judiciária (Secção de Homicídios) investiga um presumível cúmplice de Guilherme de Bívar que, segundo testemunhas oculares, estaria dentro da viatura também, no momento em que as irmãs foram atropeladas no Bairro do Bacelo, em Évora.
Apesar da pouca iluminação do local, Amílcar Oliveira, um vizinho de Marta (a irmã que escapou da morte, sofrendo apenas ferimentos nos braços) garantiu ao "Diário de Notícias" "não ter dúvidas de que havia mais alguém no carro". Guilherme de Bívar, residente numa quinta em Alenquer (onde no dia seguinte se entregou à GNR) esperou cerca de quatro horas dentro do seu Volvo que as irmãs saissem de casa de Marta, onde estavam as duas reunidas a tratar de problemas relacionados com partilhas. Nesse dia (quarta-feira), o Tribunal de Évora revogara, a pedido das irmãs, uma procuração que Guilherme detinha para tratar de negócios da família e esse terá sido o motivo que o levou a "vingar-se".
Ana Bívar, como era conhecida profissionalmente, advogada e ex-assessora de Gabriela Canavilhas e Francisco José Viegas na pasta da Cultura em dois governos sucessivos, terá morrido no local do crime,  atropelada e esfaqueada no pescoço, se bem que o óbito só tenha sido confirmado já no Hospital de Évora. A irmã Marta sofreu ferimentos nos braços e teve alta já de madrugada. Guilherme de Bívar terá abandonado o local, em fuga, depois de Amílcar Oliveira lhe ter feito frente. Ainda terá ameaçado o vizinho com a faca.
A seguir, o alegado assassino ter-se-à dirigido a Alcácer do Sal, de onde a família é oriunda, procurando também "ajustar contas" com a terceira irmã, Alexandra Núncio Cecílio, mas não a encontrou. Na quinta-feira, ao final da manhã, entregou-se no posto da GNR da zona onde reside, Alenquer, depois de ter estado em casa e ter estacionado o automóvel na garagem.
Ontem, em Lisboa, na Igreja do Campo Grande, muitos políticos e amigos disseram o último adeus a Ana Bívar, que foi depois cremada no Cemitério dos Olivais. Entre eles, os ministros Miguel Relvas e Pedro Mota Soares, o presidente da Câmara de Lisboa António Costa e a ex-ministra da Cultura Gabriela Canavilhas. Ana Bívar residia em Lisboa na Avenida de Roma, era casada com o deputado social-democrata António Prôa e mãe de quatro filhos menores.

Fotos D.R.