terça-feira, 26 de junho de 2012

Menos público a Sul e mais entusiasmo nas touradas a Norte




A primeira parte da actual temporada tauromáquica em Portugal registou menos público em relação a anos anteriores, mas a Norte os espectáculos têm vindo a aumentar, revelou ontem em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos (APET).
A temporada tem sido "mais dura" em termos de afluência de público, reconheceu Paulo Pessoa de Carvalho, considerando que a situação constitui "um sinal evidente da crise coletiva e generalizada que se vive em Portugal".
Paulo Pessoa de Carvalho (na foto) indicou, contudo, que o "público aficionado e entendido tem sido fiel" e que os espectáculos a norte têm crescido e "com público", atribuindo àquela região "um enorme potencial" para o sector. O presidente da APET sublinhou que tem havido menos festejos a Sul em relação a anos anteriores, mas considera que a situação pode vir a beneficiar o sector.
"Tem havido menos festejos e para bem da tauromaquia devia haver menos ainda e dar primazia à qualidade em detrimento da quantidade. A crise pode ser útil para vermos o que vale e não vale a pena fazer em prol da Festa", defendeu.
Para Paulo Pessoa de Carvalho, a crise tem sido "uma boa oportunidade para recriar a tauromaquia", sublinhando que, desde que a temporada começou, a 1 de Fevereiro, registaram-se menos "cerca de 25 espectáculos em relação a igual período do ano anterior".
O empresário adiantou que a temporada tauromáquica deste ano vai contar com "pouco mais de 200 espetáculos", registando-se no final da época uma "quebra entre os 25 e os 30 por cento".
Sobre a aficion a norte do país, o presidente da APET considera que o povo nortenho possui "uma grande compreensão por este espectáculo", uma vez que existe "uma vida ligada ao campo e à natureza", factores que "encaixam" na Festa.
"O Norte é uma região com um enorme potencial. A entrada da Festa a Norte dá uma maior representatividade à tauromaquia", sublinhou.
Embora a segunda parte da temporada, que encerra a 1 de Novembro, seja mais forte e intensa no que diz respeito a datas para os espectáculos, Paulo Pessoa de Carvalho defende que os empresários devem fazer a "manutenção" das corridas tradicionais e aconselhando os colegas a "inventar pouco" no que diz respeito à criação de novas datas.
"Prevejo também menos público nesta segunda parte e o que vai marcar presença será mais "selecto" nos festejos que escolhe para assistir", declarou.
A temporada tauromáquica em Portugal arrancou no dia 1 de Fevereiro, com um festival taurino na praça de toiros "Libânio Esquível", em Mourão, e termina no dia 1 de Novembro com espectáculos no Cartaxo e no Coliseu de Redondo.

- in Lusa

Foto D.R.