terça-feira, 5 de junho de 2012

Exclusivo: grande entrevista de Leonor Barradas a João Moura Caetano





O olhar azul, sereno e profundo esconde a timidez de um homem do campo e é no campo que com facilidade o encontramos, entre os toiros e os cavalos, abraçado à imensa planície carregada de gado. Só num lugar assim poderíamos estar à conversa com o cavaleiro João Moura Caetano. Um homem de convicções. 
Quem não o conhece não sabe a imensidão da sua alma e a sua verdadeira maneira de ser. É complexo e simultaneamente simples nos gestos, nas palavras e no orgulhoso sotaque arrastado. Quem o conhece sabe onde o encontrar todos os dias, sabe que é na Herdade das Esquilas que tem um dos seus bens mais precisos: os seus cavalos e toda a logística da Casa Caetano.
Numa altura de grandes desafios, como Madrid (próximo domingo, 10 de Junho) e Badajoz (dia 22) e com uma temporada marcada por corridas importantes, estivemos à conversa com este cavaleiro de Dinastia, um homem sóbrio, tímido e discreto.
Não gosta de multidões, dificilmente sai das suas herdades, gosta de ir ao cinema a Badajoz, gosta de gente simples, gosta de filmes de terror, adora gelados e não conseguiria viver sem o toureio e sem a caça às lebres. Os galgos são a sua outra paixão.
Ele é sem dúvida um excelente profissional, grande ser humano e um excelente conversador!
E foi na Herdade das Esquilas que falámos com João Moura Caetano: numa conversa franca e transparente. Como ele faz sempre questão de ser!

Entrevista de Leonor Barradas 
e Sérgio Batista (fotos)

- João o caminho faz-se caminhando, como defines o rumo que a tua carreira tem tomado?
- Tem sido uma carreira baseada numa aprendizagem técnica muito forte com o meu pai, porque deste muito pequeno comecei a ir às corridas e a acompanhá-lo.
Ele sempre foi um toureiro que toureou muito e eu desde o início que aprecio e reconheço a arte dele e a dos outros colegas, porque o meu pai ao longo da sua carreira e até agora sempre acompanhou a grandes figuras. Como tal, tem sido uma carreira sempre, penso eu, a subir, até porque tem que se subir degrau a degrau, com calma e sustentado nestas bases técnicas que eu acho fundamentais para se ser uma figura.
- Sei que já te fizeram esta pergunta muitas vezes, e tu também já o referiste na resposta anterior. O facto de seres filho de um grande maestro do toureio, Paulo Caetano, condiciona a forma como encaras esta profissão? Se assim não fosse pensarias da mesma forma?
- Claro que condiciona no aspecto positivo porque ser filho de uma grande figura que sempre viveu muito a profissão e foi e é um grande toureiro, transmite-me uma noção de seriedade muito vincada. Sempre aprendi o quanto é importante levar esta profissão muito a sério, porque só com seriedade é que é possível andar com classe e com dignidade. É difícil pensar de outra forma porque fui educado assim.
- Mas tu tens noção que apesar das semelhanças, tens um estilo muito próprio?
- Nunca tive como ambição imitar o meu pai em praça. Contudo há certas pessoas que dizem que nos parecemos, o que é normal porque eu aprendi com ele e a verdade é que a base fundamental do meu toureio é a base que assenta no toureio do meu pai. Passa pela verdade do toureio, pelo ir de frente, devagar, templar os toiros e principalmente a emoção no momento do ferro. Por isso acho que estes são padrões que se assemelham entre um e outro. Depois, é normal a personalidade de um ser diferente da do outro. Aprendi com ele o mais importante, que são os valores.
- Houve uma evolução clara e positiva no teu toureio nos últimos anos. Como defines essa evolução?
- Os toureiros, como em outra qualquer profissão, precisam de tempo para pôr em prática tudo aquilo que sentem e tudo aquilo que aprenderam. Quando se quer tudo muito rápido, como foi o meu caso que comecei muito novo a tourear nas principais feiras e praças, eu sabia o que queria fazer e tinha as bases técnicas para isso e o sentimento para isso, mas a inexperiência na maior parte das vezes não deixava mostrar tudo o que queria. Depois com o passar dos anos, com o tourear muito em Espanha, como foi o meu caso, que toureei muitos toiros de diferentes ganadarias, algumas até pouco conhecidas, deu-me uma certa maturidade e fez-me crescer enquanto profissional. O meu talento e a forma como encaro hoje um toiro é resultado de toda essa experiência. E cheguei a uma altura em que me sinto capaz de enfrentar qualquer desafio.
- Isso significa que estás muito mais exigente?
- Sim claro e também sei que as pessoas exigem-me muito mais. Mas isso é exatamente aquilo que se procura. Quando se é uma figura, há consciência que o público é exigente. Se eu também estou mais exigente comigo mesmo, certamente que o público também está.
- João tens uma das melhores quadras de cavalos de toureio em Portugal. Fala-me um pouco sobre eles.
- Graças a Deus conseguimos uma quadra importante. Temos trabalhado muito e agora estamos a colher os frutos. Temos nove cavalos do nosso ferro e mais dois cavalos que não o são, mas é uma quadra muita completa que tem quatro cavalos de saída muito seguros, cinco cavalos de bandarilhas também já experientes e que já tourearam em muitas praças. São cavalos com vários estilos diferentes e que são muito importantes.
São cavalos que toureiam a "quiebro", outros que toureiam mais por fora, alguns mais artistas, outros que chegam ao público pelo seu espetáculo, em Espanha por exemplo com as piruetas. Tenho um cavalo excepcional para matar que é o "Sete" e que tem sido um pilar na minha carreira já há muitos anos, embora por vezes as pessoas se esquecem dele porque é um cavalo que não vai tanto de frente para os toiros, mas que tem sido um cavalo muito importante na sorte de matar, este cavalo tem-me sido muito útil ao longo do meu percurso.
Por isso eu tenho de facto uma quadra muito completa, felizmente acho que a estou a utilizar bem porque, por exemplo, tanto o "Aramis" como o "Artista" são dois cavalos com muito potencial e que podem ser craques, mas que têm que se saber levar devagar, e eu acho que tenho conseguido sair neles só quando devo sair e resguardá-los quando devo resguardar para que um dia consigam ser aquilo que espero deles.
Falar da quadra é falar do "Xispa", que é um cavalo que no ano passado teve uma temporada excepcional, é um cavalo com um carácter fora de série e que dá a cara sempre, é daqueles companheiros fiéis seja em que altura for. Este ano apareceu o "Temperamento", que é um cavalo que, como o próprio nome indica, transmite muito ao público e tem uma garra e um querer em praça que transmite e que pisa terrenos em que os corações param.
Por tudo isso admito que tenho uma quadra que me deixa muito satisfeito e que tenho trabalhado muito para que esteja desta forma. Agora só me resta pedir sorte!
- É notória a boa relação que tens com a tua quadrilha. É importante para ti este elo de ligação entre o cavaleiro, os cavalos e a equipa?
- Acho que é uma ligação fundamental e eu sempre disse isso mesmo quando comecei a tourear e na verdade agora só tenho de agradecer a Deus porque se reuniram essas condições todas. A minha equipa é perfeita e, para além de serem todos bons profissionais, penso que são actualmente, no panorama tauromáquico, os melhores a trabalhar cada um na sua área. Para além disso partilham comigo o dia-a-dia e compreendem-me como ninguém, são amigos íntimos e partilham comigo os treinos, que julgo ser muito importante, assim como conhecerem os cavalos todos e a minha maneira de estar e de me sentir. O facto de estarmos muitas vezes todos juntos e a treinar e de eles darem também a sua opinião, é fundamental e de certa forma isto também tem contribuído para o meu êxito e para os meus triunfos.
- Está a chegar a corrida de Madrid. Sabes que uma tarde dificilmente se repete, tanto no infortúnio como no triunfo. Que Moura Caetano vamos ver no próximo domingo em Las Ventas?
- Olha, Leonor, as pessoas podem pensar que não estou a sentir o que vou dizer, mas acredita que é verdade, mas tourear em Madrid para mim vai ser igual a tourear por exemplo na Chamusca ou na Azambuja, como toureei na semana passada. Porque se houve alguma coisa que me fez reflectir depois daquilo que aconteceu o ano passado em Madrid foi a minha maneira de pensar e de encarar o público, ou seja foi consciencializar-me de forma mais madura que em cada tarde e em cada lugar, seja ele de que importância for, a pessoa que paga o bilhete tem o direito de me ver a dar o meu melhor. Seja em Madrid, seja numa praça desmontável, tenho que dar o meu máximo e tenho que pensar que cada vez que me visto de toureiro é para dar tudo. Acredita que eu vou dar o meu melhor, aliás como o faço em qualquer corrida.
Só espero ter sorte e principalmente poder desfrutar nessa tarde porque é a primeira praça mundial e estar presente enche-me de orgulho e de satisfação, mas vou tentar estar o mais tranquilo possível e viver a situação com serenidade, mas também com alegria. Claro que vou procurar triunfar e se cortar orelhas será muito melhor, mas se não cortar e tiver consciência que estive bem, é óptimo também, portanto vou tranquilo.
- Essa atitude também demonstra alguma maturidade da tua parte?
- Sim, claro. Estou sereno e vou encarar a corrida como outra qualquer tão ou mais importante como esta. E se por ventura as coisas não correram tão bem, garanto ao público que não será por não dar o meu melhor.
- Quem te conhece sabe que a corrida de Badajoz é de extrema importância para ti e que vais tourear numa cidade e numa praça de que gostas muito. O que é que esperas da corrida de Badajoz? E no que pensas quando estás mais sózinho com o teu pensamento?
- Penso em triunfar! A praça de Badajoz é uma praça mais do que importante, é uma praça de memórias. Desde que me lembro de ser gente que ia às corridas com o meu avô Moura, com os meus pais e com toda a família. Badajoz está muito próximo e sempre foi uma feira importante, fundamentalmente uma feira de toureiros artistas, onde o público vai para se divertir e para ver bom toureio. É importante para mim pela proximidade e pelos cartéis, especialmente este ano.
Espero triunfar e vou também para desfrutar e para fazer aquilo que sei, afinal treino para isso todos os dias. Espero ter sorte a matar os toiros e que me caiba em sorte oponentes que me deixem lidar o meu tipo de toureio. Acima de tudo vou ser o mesmo que sou noutro lugar e não imitar ninguém, vou tourear à portuguesa, de frente, devagar e com temple, que é assim que sinto.
- Mas para além do peso do cartel, porque vais tourear com dois figurões da tauromaquia mundial, Pablo e Ventura, mais ter a pressão do público, porque vais olhar para as bancadas e ver muita gente que te conhece e que conheces?
- A Feira de Badajoz, quando teve ou quando tem portugueses, gera sempre mais expectativa, porque o nosso público gosta de ver o nosso país representado e tenho imenso orgulho de representar Portugal numa feira tão importante.
Vai ser quase como tourear em Portugal, vou ver muita gente conhecida e claro que é um grande orgulho estar ao lado do Pablo e do Diego, simplesmente vou dar o meu máximo, vou arriscar o que tiver a arriscar e vou tentar triunfar ao lado deles.
É também um momento importante para mim porque Badajoz é uma das feiras onde nunca toureei e sempre quis tourear, aliás já o tinha comentado muitas vezes com a minha quadrilha.
É, de facto, um sonho a concretizar-se ainda por cima tourear com este cartel.
- Por falar em cartel. E o Pablo e o Diego?
- Já toureei muito com o Diego, quando comecei em Espanha e somos muito amigos, mas com o Pablo ainda nunca toureei. Contudo vou encarar este desafio da mesma forma como estivesse a tourear com outro grande toureiro como o meu pai ou o meu tio João António. É sempre um orgulho estar ao lado deles, assim como do Pablo. Claro que tenho que arriscar para justificar estar naquele cartel e sei que não há facilidades, mas com as grandes figuras é mesmo isso que se espera e por isso mesmo é que são figuras. Só espero realmente ser feliz dentro da praça, porque se isso acontecer sei que todos os aficionados vão vibrar com a minha atuação.
- João, então eles que se preparem... porque vais dar luta?
- Eu sei que eles dão luta. Mas eu também vou dar luta, aliás vou dar tudo o que sempre dou e vou tentar triunfar com a ilusão de sempre.
- Tens noção que és um toureiro particular e que há muita gente que aprendeu a respeitar-te? Preocupa-te hoje o que o público pensa de ti?
- Sim, sei que neste momento o público vê em mim um toureiro mais "coajado", um toureiro mais importante e claro que me preocupo em agradar sempre e esse pensar é uma atitude de alguém que quer ser figura no mundo do toureio. Sei que sou um toureiro que desperto vários sentimentos diferentes, mas eu também como aficionado sigo os toureiros que não deixam ninguém indiferente. E o facto de ser um toureiro que desperto emoções é porque não disfarço o que sinto nos momentos de fracasso. Para mim a beleza da Festa é haver esses dois sentimentos que estão tão perto um do outro e sei que não passo indiferente. Para mim a indiferença é aquilo que nunca quero que sintam por mim. O toureio não pode ir estudado de casa, pode ser muito treinado em casa, mas tem que ser espontâneo e tem muito da inspiração do dia, do momento e do toiro.
- Tens consciência que és muito transparente?
- Sim, para mim é importantíssimo não estar em praça com uma "capa" a disfarçar o que sinto ou o que penso. Tenho de estar em praça como sou. Feliz quando triunfo e obviamente triste quando isso não acontece. Sei que o público que é aficionado de verdade e que gosta do toureio emocionante e que reconhece o toureio de verdade, agradece esse empenho, mas também essa mistura de sentimentos que traz um colorido diferente.
- Sei que neste momento estás em excelente forma física. Conta-nos um pouco do teu dia-a-dia, dos treinos, do desporto e de toda a preparação física para a temporada.
- Desde o Inverno que andamos a montar muito a cavalo e desde Fevereiro que comecei um programa de preparação física. Todos os dias faço quilómetros a correr e isso dá-me uma maior segurança em termos físicos, principalmente para tourear em Espanha, em que se tem que matar os toiros e tourear a pé. Sinto-me em forma e pleno de confiança e só me resta continuar a trabalhar para continuar assim até ao fim da temporada.
- Gostarias de tourear fora de Portugal e Espanha ainda esta temporada?
- A verdade é que tenho conseguido tourear nos sítios que sempre quis, como Sevilha, Madrid ou ter tirado a alternativa em Lisboa, e agora vou a Badajoz, que é uma praça onde sempre quis estar, não que seja a mais importante do mundo, mas é uma praça que tem muito significado para mim e felizmente vou conseguir este ano. Sinceramente não tenho muito o sonho americano, por enquanto não penso nisso, estou a falar por exemplo do México, mas gostava de ir um dia à Califórnia, porque dizem que é uma afición diferente e gostava de estar presente numa feira importante nesse mesmo país, contudo não descarto um dia tourear na praça México, mas neste momento estou mais focado em Portugal e Espanha.
- Fala-me de uma praça em que gostes muito de tourear em Portugal e porquê?
- Eu sou muito de sensações. Há praças que para mim são talismãs e onde nunca me lembro de estar mal e outras onde não consigo quebrar o gelo. Mas o Campo Pequeno é uma praça única. E eu já toureei quase no mundo inteiro, já estive em Nimes, Madrid, Sevilha, e noutras praças muito importantes, mas nunca senti a sensação que sinto quando se triunfa no Campo Pequeno.
Para mim é o ex-libris do toureio a cavalo e é onde me sinto verdadeiramente bem. Aqui no nosso Alentejo, as praças são todas importantes, mas a praça de Portalegre tem um significado especial, até porque é a terra onde nasci e onde estudei durante a minha juventude e onde me sinto bem.
Também gosto muito de Elvas e, na minha opinião, esta é uma praça que está perfeita, em termos de dimensão da arena e de dimensão das bancadas. Felizmente cada vez que vou a Elvas, e vou lá todos os anos, triunfo sempre, gosto muito do público de Elvas. No Ribatejo gosto muito da praça de Vila Franca, que muitos apelidam de dura, embora eu não pense o mesmo, porque sempre fui muito acarinhado. Também gosto muito da Azambuja, onde tenho alcançado triunfos importantes. A Norte gosto bastante das praças da Nazaré e da Figueira da Foz, são para mim praças importantes e que fazem os toureiros sentir-se a gosto.
Como vês, há uma panóplia de praças que me acolhem com muito carinho e que me fazem entregar ainda com mais emoção e vontade. Graças a Deus, são muitas, tanto a Norte como a Sul de nosso país.
- E diz-me uma praça onde nunca tenhas toureado e que desejasses muito tourear e porquê?
- É difícil, porque já toureei em quase todas, mas por exemplo nunca toureei em Almeirim ou Salvaterra de Magos e são praças importantes e castiças no Ribatejo. Em Espanha, gostava de tourear em Ronda, pela beleza da praça e pelo carisma da corrida.
- Como é que vês a tauromaquia em Portugal neste momento? Acreditas que a crise separa o "trigo do joio"?
- Eu acho que a crise é complicada, mas temos de a combater, principalmente não estar sempre a falar dela. Depois, todos temos que colaborar e ajudar a minimizar a situação. Esta é a verdade, por muito dura que seja para algumas pessoas, e quando digo todos, são mesmo todos, desde empresários, a toureiros, a bandarilheiros, e todos os outros intervenientes. Mas também é muito importante que os donos das praças, tenham consciência da realidade e cobrem rendas adequadas, porque se pedem quantias exorbitantes, é óbvio que as empresas não o suportam. Com a colaboração e alguma cedência, vamos conseguir manter as coisas equilibradas. E para isso é preciso mantermo-nos unidos.
- Perguntava-te também sobre a questão da separação "do trigo do joio", como estamos em crise acreditas que só ficam os bons? Vai começar a haver uma escolha até por parte do público?
- Eu penso que há lugar para todos, eu sempre fui um dos toureiros que defendeu e defende que há lugar para o profissional que toureia quarenta corridas, como é o nosso caso, mas também há lugar para a figura do toureiro com 30 anos de alternativa e certamente também haverá lugar para os toureiros que queram tourear menos, toureiros que o façam pela afición. Acho que para mim quanto mais toureiros desaparecem por causa da crise é pior. Acho que nos devemos manter todos por cá e trabalhar todos unidos e cada um com o seu estilo e com o seu pensar. Só com este colorido é que a Festa faz sentido.
- E também há público para todos. Não achas?
- Exactamente, e o público em Portugal é muito generoso. É um público que gosta de ver tudo. Gosta de um toureio mais sério, gosta de um toureio mais alegre, etc... Acho que existe público para todos e espaço para todos. Só temos que nos unir e andar para a frente.
- Foste indiscutivelmente um dos triunfadores da temporada passada. Fala-me das tuas expectativas, dos teus desejos enquanto toureiro e das tuas ambições profissionais para 2012.
- Espero acima de tudo manter a regularidade, que foi outra das coisas que consegui nestes últimos anos. Quero fazer uma temporada com êxitos de Norte a Sul e em Espanha e manter um nível bom de actuação ao longo do ano. E tenho o objetivo claro de manter a forma de toda a quadra.
Quero continuar cheio de ilusão, e tenho a certeza que assim será, claro que vão haver corridas melhores e outras piores, mas é mesmo assim. Vou acreditar sempre. Quero ter uma temporada de bom toureio. Toureio clássico e emocionante, que é assim que eu o sinto. Desejo que o público vibre comigo e sinta o meu toureio. Quero continuar a despertar sentimentos, sejam eles bons ou menos bons. Quero acima de tudo nunca passar indiferente. Um desejo? Gostava de me encerrar com seis toiros numa praça que tivesse significado para mim.
E já agora, e porque não?, voltar a ser um dos triunfadores desta temporada.