sábado, 16 de junho de 2012

Grande entrevista de "El Cordobés" ao jornal "Hoy"

Manuel Benítez "El Cordobés" tem hoje 75 anos
O famoso "salto da rã"
Em 1957, com 20 anos de idade, Manuel Benítez "El Cordobés" saltou de espontâneo
em Madrid numa corrida em que toureavam Juan António Romero e Pablo Lozano.
Apesar da voltareta que sofreu, não ficou ferido e no final foi detido pela polícia


"As figuras do toureio têm que ter, sobretudo, personalidade. É importante ter "selo' e trazer novidades. Quem pode dizer que o 'salto da rã' não é toureio? A mim, pediam-mo em Madrid, em Sevilha, em Bilbau. Não estou a falar de qualquer praça. A ver se entendem que as pessoas vão aos toiros para se divertir" - palavras de Manuel Benítez "El Cordobés", ainda e sempre o toureiro mais popular da história da tauromaquia, em interessante entrevista ao jornal espanhol "Hoy".
Questionado sobre se deve mais aos seus seguidores ou aos seus detractores, disse:
"Todos foram e são importantes. A chave é que um criador não provoque indiferença. Com o maior ou o menor acerto, eu entreguei-me de alma e coração ao público e foram eles que me agradeceram enchendo as praças e elevando-me ao mais alto. A todos devo o que sou e o que tenho".
"Quando comecei, não sabia sequer tourear. Passei muito tempo de 'maletilla' nas capeas e deram-me mais voltaretas que a uma nora. Mas, à minha maneira, foi colhendo ofício e sítio e quando me dei conta, encontrava-me muito a gosto na cara dos toiros, a meio metro. E aquilo agradava ao público. Confesso que nunca toureei de salão...", acrescenta.
E recorda, quando lhe perguntam se foi um revolucionário:
"Um dia toureava em Valência e a novilhada coincidia com um jogo de futebol. Todos nos empenhámos para que se mudasse a hora da novilhada... e, no fim, jogou-se o futebol de manhã. Se mudei as coisas? Talvez. Digamos que abri novos caminhos ao toureio. Alguém tinha que o fazer e tocou-me a mim (risos) por sorte. Limitei-me a fazer o que pude, como todos, e tive a sorte de que os meus companheiros me acabaram por reconhecer publicamente".
E, à inevitável questão sobre se se toureia hoje melhor que nunca, eis a resposta de "El Cordobés":
"Cada época tem as suas coisas. E, sem o pretender, cada geração marca as seguintes. É lógico que se avance, se evolua, se emendem erros, mas não sou amigo desse tipo de afirmações. Sempre houve, há e haverá bons toureiros".

Fotos D.R.