Miguel Alvarenga - Muitas ilacções se podem agora tirar, mas contra factos nunca houve argumentos. A Feira de Santo Isidro terminou hoje com mais uma tarde de matadores (José Luis Moreno, Juan Bautista e Iván Fandiño) que não deixou história. Silêncios, silêncios, mais silêncios e uma ou outra ovação...
24 corridas depois, a Isidrada foi, na Catedral Mundial do Toureio a Pé, a feira dos cavaleiros (rejoneadores), os únicos (em duas corridas de rejoneio) que lograram abrir a "porta grande" da Monumental de Madrid: Cartagena e Galán (foto de cima) na tarde de 12 de Maio, Diego Ventura (foto ao lado) no dia 26, uma tarde que marcou também a maestria de Pablo Hermoso e a digníssima presença do cavaleiro português Francisco Palha (foto de baixo).
De resto e pese embora as ausências de alguns consagrados, casos de Ponce, de "El Juli" e do acomodado Tomás, as grandes figuras do momento passaram por Madrid... sem que nada de relevante se passasse. E um deles até desistiu: Júlio Aparício cortou a coleta na segunda tarde em que pisou Madrid. Felizmente e ao contrário do que sucedeu em anos anteriores, não houve cornadas muito graves. O que, por outro lado, também pode querer dizer que nenhum toureiro foi a Madrid com ganas de "triunfar ou morrer" - que é a única forma de se ir à primeira arena do mundo.
No campo ganadeiro, as coisas também não foram famosas. Raramente se viram bons toiros, o que pode também querer dizer que, além de uma crise de toureiros, existe também em Espanha uma arreliadora crise ganadeira.
A Isidrada foi, afinal, a feira da vergonha do toureio a pé. Que já viveu tempos melhores...
Fotos Paloma Aguilar/"ABC" e Ricardo Relvas
