O director de corrida Rogério Jóia (foto ao lado), também presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal, aplicou a Pedrito de Portugal (foto de cima) uma multa e mandou as autoridades identificá-lo no final da corrida nocturna que sexta-feira se realizou na praça da Chamusca e onde o diestro actuava como único matador ao lado dos cavaleiros António Ribeiro Telles e Manuel Telles Bastos numa noite em que se homenageou a memória de Mestre David Ribeiro Telles.
E tudo porque, apesar de informado antes do espectáculo pelo director de corrida de que não poderia proceder assim, Pedrito insistiu em fazer as cortesias (mais concretamente, neste caso, o passeíllo) à espanhola, atravessando a arena pela frente dos cavaleiros.
"Se estamos em Portugal, as cortesias têm que ser feitas à portuguesa, por muito que não se concorde que a nossa tradição pode ser má e já podia ter sido mudada. De facto, os matadores de toiros ficam especados no meio da arena enquanto quem anda a recolher os aplausos do público são os cavaleiros. Mas a verdade é que isso ainda não foi modificado e, por isso, há que respeitar a lei tal como ela está. Acho que Rogério Jóia fez muitíssimo bem, cumpriu a sua obrigação enquanto autoridade máxima na praça, mas também considero que os costumes têm que ser mudados e por isso não condeno Pedrito pela sua atitude. É mais ou menos uma situação de preso por ter cão e preso por o não ter...", opina Miguel Alvarenga, director do "Farpas".
Rogério Jóia avisou Pedrito antes do espectáculo de que não autorizaria as cortesias à espanhola e que não permitiria aos funcionários da praça que lhe abrissem as portas da trincheira, se o fizesse, obrigando-a a saltar as tábuas. A seguir e depois de Pedrito de Portugal ter feito orelhas moucas ao aviso do director de corrida, Jóia mandou as autoridades identificar o toureiro na trincheira e no final, no seu relatório para a IGAC, aplicou-lhe uma multa - que pode ir de 1.000 a 3.700 euros.
Fotos M. Alvarenga e Emílio de Jesus/Arquivo