domingo, 29 de setembro de 2019

Évora, ontem: triunfaram os Forcados de Évora, Salgueiro e Rouxinol

A classe de Manuel Telles Bastos impôs-se às dificuldades
dos dois toiros do seu lote, os piores da corrida
João Salgueiro da Costa esteve ontem em alto nível e a fazer recordar as
grandes actuações de seu pai
Mais uma grande tarde de Luis Rouxinol Jr. ontem em Évora, a confirmar que
esta é mesmo uma temporada de mudança e de afirmação
Rijas pegas aos toiros de Veiga Teixeira em tarde de grande competição entre
os Amadores de Santarém e os Amadores de Évora
O ganadero António Francisco da Veiga Teixeira foi premiado no último toiro
com merecida e justificada volta à arena, acompanhado pelo seu maioral.
Em baixo, João Pedro Oliveira, cabo dos Amadores de Évora, quando recebia
o Troféu "Sulregas", que dstinguiu ontem o melhor grupo em praça


O Grupo de Évora ganhou ontem na sua praça o troféu em disputa para o melhor grupo em praça, em competição com o de Santarém. Pouco público (meia casa) na Corrida "Sulregas" e triunfos na Arena D'Évora de Salgueiro e Rouxinol Jr., lides esforçadas de Manuel Telles com o pior lote. Corrida dura e emotiva de Veiga Teixeira. Fica a crónica, com a devida vénia, de Luis Gamito no site "naturales.pt"

Luis Gamito - Pouco mais de meia praça para a 1ª Corrida de Toiros "Sulregas" em Évora. Em praça um interessante cartel de três jovens de dinastia, Manuel Telles Bastos, João Salgueiro da Costa e Luís Rouxinol Jr..
No capítulo das pegas em disputa do troféu para melhor grupo estavam os Amadores de Santarém que terminavam a temporada e os Amadores de Évora.
Estavam ainda anunciados imponentes toiros de Veiga Teixeira, uma das ganadarias do momento. 
Abriu praça Manuel Telles Bastos, com toda a sua escola da Torrinha. Toureiro de uma linha clássica e muito correcta, que nem sempre tem o justo reconhecimento do público. Em Évora as coisas não lhe correram de feição, calhou-lhe em sorte os piores do lote e o cavaleiro teve pouca matéria para brilhar.
No seu primeiro toiro a lide teve bons apontamentos. Começou por colocar três compridos com correção. No primeiro curto, o toiro levantou a cara com o intuito de colher o cavaleiro. Telles Bastos teve de pisar terrenos para levar a lide por diante, a um toiro que não regia ao castigo mas que tinha investidas bruscas.
O seu segundo toiro foi um manso escasso de força e de mau tipo. Logo de inicio evidenciou pouca força de mãos e assim se manteve durante a lide. O cavaleiro andou esforçado mas nem direito a música teve, o que para mim foi um pouco exagerado, tendo em conta o critério adoptado pela directora de corrida.
João Salgueiro da Costa é daqueles cavaleiros que quanto mais se vê, mais apetece ver. É evidente a evolução que tem tido enquanto cavaleiro nos últimos anos e esta temporada tem tido actuações muito empolgantes como hoje em Évora, onde se apresentou apostado em triunfar.
Iniciou a sua função com dois ferros compridos muito correctos, numa montada com o ferro da “casa”. Nos curtos começou com sortes frontais mas abrindo o quarteio em demasia. Após o terceiro curto as sortes foram mais justas e de maior transmissão.
Na sua segunda lide, Salgueiro da Costa colocou a “carne no assador” e teve momentos de génio fazendo lembrar o pai, nomeadamente, nos dois últimos curtos empolgando as bancadas e justificando em muito a presença em Évora.
Luís Rouxinol Jr., em declarações ao "Rádio Olé" na sexta-feira passada referiu que "esta era uma temporada de mudança e de afirmação". E isso viu-se pelas actuações de Évora.
No primeiro toiro teve que se “aguentar” com a bruteza do Veiga Teixeira. Um toiro com investidas bruscas a apertar a montada, mas o cavaleiro soube estar com ele. Cravou três compridos muito bons e nos curtos preparou as sortes para a colocação de bons ferros.
No seu segundo toiro a sua actuação subiu ainda mais de tom. Certamente decidido a dar resposta à grande actuação de Salgueiro da Costa, Rouxinol Jr. iniciou a lide com uma excelente porta gaiola, pese embora a intervenção do bandarilheiro em não deixar o toiro perseguir a montada após a cravagem do ferro. Nos curtos ,e diante de um toiro digno de indulto, o cavaleiro andou a gosto com ferros frontais e justos, colocando a bancada de pé.
Quanto à forcadagem a tarde foi de emoção com vantagem para os Amadores de Évora que arrecadaram o Trófeu "Sulregas" para o Melhor Grupo.
Por Santarém foram solistas os forcados Francisco Graciosa à primeira, Salvador Ribeiro de Almeida à segunda e António Goes à terceira.
Por Évora, pegaram Dinis Caeiro à primeira, Miguel Direito à segunda e António Torres à primeira, sendo a pega da tarde e arrisco a dizer uma das melhores pegas do ano.

Fotos Mónica Mendes