quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Há 45 anos: o cartaz da corrida da Maioria Silenciosa no Campo Pequeno



O programa da célebre corrida que ficou conhecida como a da Maioria Silenciosa, realizada há precisamente 45 anos no Campo Pequeno (26 de Setembro de 1974) e que foi a tradicional corrida que todos os anos se realizava a favor da Liga dos Combatentes - a que já hoje aqui fizemos destacada referência.
Lidaram-se sete toiros da ganadaria dos Herdeiros de Conde Cabral e actuaram os cavaleiros Manuel Conde, José Maldonado Cortes, Luis Miguel da Veiga, Gustavo Zenkl, Frederico Cunha, José João Zoio e Emídio Pinto, tendo as pegas estado a cargo dos grupos de forcados amadores de Lisboa e de Alcochete, então capitaneados respectivamente por Nuno Salvação Barreto e João Mimo.
A praça, então com perto de nove mil lugares, esgotou a lotação e no camarote presidencial assistiram ao espectáculo os então presidente da República e primeiro-ministro, General António de Spínola e Brigadeiro Vasco Gonçalves.
A corrida foi mais uma manifestação política - de apoio a Spínola - do que propriamente uma tourada, acabando por ser um ensaio para a manifestação da Maioria Silenciosa, marcada para o sábado seguinte, dia 28, na Praça do Império e que não se chegou a realizar. Spínola foi constantemente aclamado ao longo da noite e Vasco Gonçalves vaiado. À saída, houve violentos confrontos entre manifestantes de esquerda e apoiantes do General Spínola - que a 30 desse mês de Setembro de 1974 acabaria por se demitir.
Quando dava a volta à arena no sexto toiro da noite, o cavaleiro D. José João Zoio (foto ao lado) abriu na arena um cartaz da manifestação da Maioria Silenciosa que lhe foi atirado por um espectador, o que lhe valeu ser vetado pelo Sindicato dos Toureiros, ao tempo dominado por toureiros "revolucionários" que o tinham tomado de assalto e impedido de tourear em Portugal.

Cartaz da colecção particular do Dr. Paulo Pereira e foto D.R.