quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Inaugurada no Campo Pequeno a exposição evocativa de Nuno Salvação Barreto

Nuno Salvação Barreto, uma das maiores referências dos forcados
Paulo Pereira no uso da palavra, evocando a figura de Nuno Salvação Barreto,
ladeado por Rui Bento, Pedro Maria Gomes e Paula Mattamouros Resende
Alguns elementos dos Forcados Amadores de Lisboa e poucos representantes
da imprensa taurina ontem na inauguração da exposição que reúne parte do
espólio de Nuno Salvação Barreto
Rui Bento e José Luis Gomes apreciando algumas das peças expostas
A equipa do Campo Pequeno - Paulo Pereira, Paula Mattamouros Resende e
Rui Bento - com o actual cabo do GFA de Lisboa, Pedro Maria Gomes e seu pai,
José Luis Gomes, ex-cabo e sucessor do histórico Nuno Salvação Barreto
Dois amigos do Grupo de Lisboa: o empresário espanhol Paco Jiménez, de
Arnedo e António Manuel Moraes, conceituado jurista, escultor e escritor com
várias obras dedicadas à temática taurina
Paulo Pereira, José Luis Gomes, Rui Bento e Pedro Maria Gomes
Pequena, mas de grande significado, a exposição fica patente ao público
no átrio principal de entrada do Campo Pequeno até à próxima 6ª feira
Vários troféus atribuídos ao GFA de Lisboa, cartazes e recortes de imprensa
que fazem parte do espólio de Nuno Salvação Barreto e foram cedidos para
esta exposição por sua filha Patrícia
O Troféu ao Mérito com que a Real Tertúlia Tauromáquica D. Miguel I distinguiu
no ano de 1993 a figura de Nuno Salvação Barreto e, em baixo, um busto do
cabo fundador dos Forcados Amadores de Lisboa


Foi ontem inaugurada ao final da tarde no átrio da entrada principal da praça de toiros do Campo Pequeno a exposição evocativa de Nuno Salvação Barreto, que ficará patente ao público até à próxima sexta-feira, dia da corrida comemorativa do 75º aniversário da fundação do Grupo de Forcados Amadores de Lisboa.
A exposição mostra algumas peças do espólio do famoso forcado, fundador do Grupo, cedidas por sua filha Patrícia Salvação Barreto.
Presidido pela administradora do Campo Pequeno, Paula Mattamouros Resende e pelo director de Tauromaquia, Rui Bento, o acto de inauguração foi, inexplicavelmente, pouco concorrido e contou com a escassa presença de alguns elementos dos Amadores de Lisboa e apenas três orgãos da imprensa taurina, o "Farpas", o blog "Tauromaquia Alentejana" e os sites "Infocul" e "Porta dos Sustos".
Na altura, Paulo Pereira, Relações Públicas da empresa, recordou em breves palavras a figura ímpar de Nuno Salvação Barreto:
"Constitui para a empresa do Campo Pequeno motivo de enorme satisfação poder apresentar esta simples, mas significativa mostra sobre Nuno Salvação Barreto, o inesquecível cabo fundador do Grupo de Forcados Amadores de Lisboa, que este ano comemora as suas Bodas de Diamante.
"Há 75 anos, um adolescente de apenas 15 anos, apresentava-se como líder de um grupo de jovens que viria a marcar para sempre, quer a arte de pegar toiros, quer a figura do forcado amador.  Esse então quase menino, Nuno Salvação Barreto, pela intensidade da sua personalidade, pela forma polifacetada e vibrante como viveu a vida, foi por muitos apelidado de Génio. Independentemente desse estatuto, Nuno Salvação Barreto foi, enquanto forcado, um dos mais importantes da história da tauromaquia. Dignificou a pega enquanto sorte do toureio, divulgou-a tanto em Portugal, como além-fronteiras, nas mais importantes arenas mundiais.
"A sua intrepidez e coragem levaram-no a que fosse convidado pela produção da longa metragem 'Quo Vadis', no ano de 1951, para duplo do actor Buddy Baer, que interpretava a figura do escravo Ursus nesse filme. Missão: salvar a bela Lígia de ser trespassada em pleno circo romano pelas hastes de um toiro…o sacrifício de uma mulher cristã a quem o seu fiel escravo salva da morte. Nuno Salvação Barreto, dobrando o actor pegou esse toiro em hastes limpas.
"Foi empresário taurino, divulgou a corrida à portuguesa, sobretudo em França; foi também empresário em vários ramos da economia e foi, acima de tudo, um formador do carácter humano, um Líder dentro e fora da praça.
"Por isso, a maior homenagem que se pode fazer a Nuno Salvação Barreto é deixar expressa a opinião generalizada de várias gerações de Forcados aqui presentes e que passo a citar: 'O Grupo de Forcados Amadores de Lisboa foi a minha segunda família. Ali cresci e moldei o meu carácter e a minha personalidade'".

Fotos Maria Mil-Homens e M. Alvarenga