sábado, 27 de fevereiro de 2021

Na morte de um amigo: descansa em paz, Alfredo Guaparrão

Miguel Alvarenga - Era mais ou menos a crónica de uma morte anunciada, mas, por mais preparados que estejamos, acabamos sempre por nunca o estar. Fui esta manhã surpreendido com a notícia triste da morte do meu amigo Joaquim Alfredo Dias Guaparrão (65 anos). Um grande aficionado, um português de gema, monárquico dos quatro costados, fadista de sentimento e alma, antigo forcado dos Amadores de Cascais, que chegou a organizar com o Gonçalo da Câmara Pereira e comigo a célebre tourada do Casamento Real na Monumental de Cascais nos anos 80. Foi ainda apoderado do cavaleiro (retirado) João Paulo.

Natural de Portalegre, casado em segundas núpcias com Arminda Franco, tinha um filho e residia há alguns anos no Pinhal Novo. Era presença assídua em todas as praças de toiros e em todas as casas onde se cantasse o fado. Sempre bem disposto, com um humor cativante, amigo do seu amigo. Deixa saudades.

O Alfredo Guaparrão lutava há alguns anos contra uma leucemia, que se agravou nos últimos tempos. Estava a aguardar por um transplante de medula. Há pouco mais de uma semana, deixou todos os amigos preocupados quando publicou na sua página do Facebook um comentário em que manifestava o seu desânimo pelo agravar da doença. Procurei dar-lhe ânimo, trocámos mensagens, perguntei-lhe o que se passava.

Respondeu-me (no dia 18 deste mês): "Ando para aqui a lutar com um merda, não produzo sangue nem plaquetas. Vamos lá a ver se aguento esta cornada. Forte abraço".

Não aguentou. Partiu esta manhã.

Descansa em paz, meu querido amigo. Um beijo do tamanho do mundo, Arminda. Os meus sentimentos a toda a Família enlutada, a seu filho.

Fotos D.R., Henrique de Carvalho Dias e Mariana Piteira

Com sua Mulher, Arminda Franco
Onde se cantasse o Fado, ele estava. Aqui, no "Parlatório",
em Lisboa, acompanhado por Luis Petisca e Armando Figueiredo
Citando um toiro na desaparecida Monumental de Cascais
Numa pega de cernelha com o rabejador Carlos Damas

Joaquim Alfredo Guaparrão (terceiro a contar da esquerda)
integrou o Grupo de Forcados Amadores de Cascais nos
anos da sua formação, sob a chefia de Francisco Cano
(primeiro da esquerda)

Numa corrida comemorativa do aniversário do GFA de Cascais
(primeiro da esquerda)