sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Bastinhas e Guerra destacaram-se em Olhalvo - a crónica da corrida




Fernando Romão - O concelho de Alenquer tem este ano quatro espectáculos taurinos, o que o coloca como um dos mais aficionados e dinâmicos. Alenquer em Maio e em Setembro, Olhalvo e Ota em Outubro, são iniciativas de louvar - todas elas levadas a cabo pelo Clube Taurino Alenquerense em parceria com outras entidades.
Na tarde de quarta-feira passada, o feriado de 5 de Outubro, em que o calor apertava acima dos 30 graus, estivemos em Olhalvo - a corrida bem poderia ter começado às cinco da tarde para que todos beneficiassem de um pouco mais de menos calor e a sombra tivesse menos sol. Único reparo.
Bons toiros de Santa Maria, sendo de realçar o primeiro e o quinto e enaltecer o terceiro e o sexto. Todos serviram e todos tinham nobreza quanto baste para permitir luzimento aos cavaleiros.
Apenas o sobrero estava escasso de apresentação e este foi lidado sem se saber muito bem o porquê, pois o toiro que se inutilizou já tinha quatro ferros no morrilho. Mas a verdade é que no final Bastinhas lidou o sobrero, pensamos que oferecido pelo ganadeiro e com a anuência do director de corrida, Lourenço Luzio, acessorado pelo Dr. Salter Cid.
A verdade é que a publico gostou da atitude e não queriam sair sem ver Bastinhas pai cravar o tradicional par de bandarilhas e desmontar do cavalo em plena praça. Foi o delírio total.
A corrida começou com um dueto de Bastinhas pai e filho, que alegraram logo de início a corrida. Veio depois João Pedro Cerejo que esteve correcto perante o Santa Maria que menos colaborou, pois cedo procurou as tábuas.
Joaquim Guerra (foto de cima), este ano regressado às arenas, foi a surpresa da tarde, mostrando uma maturidade e uma desenvoltura que o pode levar a vôos mais altos. Com cavalos novos, esteve bem nos compridos, tendo um de grande nível recto e de frente. Estava dado o mote para depois colocar três curtos de arrepiar com câmbios cingidos e de alto risco em que o público se levantava de imediato para ovacionar. Três ferros que já valiam a corrida. Grande triunfo deste cavaleiro que não tendo grandes recursos económicos vai a pouco e pouco marcando um lugar no panorama taurino nacional. Deu volta triunfal e chamou o ganadeiro à praça, pois o seu toiro colaborou, apenas lhe faltando um pouco mais de casta - já que nobreza tinha para dar e vender. Há que ter atenção a este Joaquim Guerra, pois se "o apertam" numa corrida de importância pode dar que falar.
Joaquim Bastinhas viu o seu touro inutilizar-se depois de cravar quatro ferros. O público protestava com a debilidade do animal e o director mandou-o de volta ao camion. Não sem que os forcados o fossem pegar, o que também não se entendeu bem...
A ordem de lide continuou e Marcos Bastinhas (foto da direita) também triunfou com força e muita classe. Compridos justos e correctos, curtos precedidos de boa brega e ladeares emocionantes, demonstrando a continuidade de uma Dinastia e reafirmando que toureia bem, com arte, valor e classe. Cavalos de nível invejável. Bastinhas filho é um dos triunfadores da temporada 2011 e de certeza que 2012 será o ano da consagração como Figura do Toureio.
A sua popularidade é já grande e "rivaliza" com seu pai de forma salutar, mas sem dar "abébias" a ninguém. Uma grande actuação. 
João Cerejo e Joaquim Guerra estiveram diligentes aproveitando os ressaltos de cada um e Guerra tem um ferro de qualidade e execução superior entrando pelo toiro dentro. Volta outra vez com o ganadeiro, pois este foi outro toiro de destacar.
Joaquim Bastinhas fechou praça e já há uns anos que com toda a certeza o não fazia. Lidou o sobrero e esteve triunfal com uma boa brega e com o conclave em alvoroço pedindo o par da praxe. E assim foi, depois de um palmito, veio o par e a ovação. Praça em pé e Bastinhas desmonta perto do toiro pondo a multidão em alvoroço. Com a educação que se lhe conhece e todo o senhorio, vendo que a corrida tinha sido boa chamou os seus colegas e os Forcados de Alenquer (que estiveram em tarde excelente) e ainda o ganadeiro, Engº Lobo de Vasconcellos, para irem ao centro da praça receber as estrondosas ovações. A festa acabou em grande!

Fotos Enguinhas e D.R./Arquivo