quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A crónica de João Cortesão - todas as semanas aqui no "Farpas Blogue"




Com a "maltosa"
a Golegã
tornou-se impossível

A maioria da maltosa (malta nova) que vai à Golegã não quer saber de cavalos... nem gosta. Vai porque é finório, vai porque vai, vai para dizer que foi.
Empatam o trânsito nas ruas e nos urinóis, chateiam e chateiam-se, penduram-se em tudo o que é casa que dê nem que seja uma azeitona, bebem qualquer merda e vagueiam durante o dia sem ter ido à cama, como verdadeiras almas penadas.
O dia passam-no a comentar "as que comeram", o que beberam e quem estava mais bêbedo ou quem vomitou, ou ainda quem foi em coma alcoólico para o Hospital de Torres Novas.
De cavalos nem falam, também não sabem...
Alguns compram bonés, outros compram verdascas para andar a dar com elas nos amigos.
Vibram com as flamengadas manhosas que soam dos barzecos e fumam uns "charros".
As miúdas dos 14 aos 18 anos, vulgo pitas (a maioria com meia mama à mostra) limitam-se a emitir sons que parecem palavras, diminutivos que parecem marcas comerciais, bebem shots e falam do "Facebook", de quem adicionou quem, quem fez um like a quem e quem partilhou o quê, com o que isto não tem que ver com o mundo do cavalo, nem interessa a ninguém...
Os dinossáurios da feira sentem que há burburinho, mas não identificam donde vem nem o que lhe dá origem, o Alzheimer tocou-lhes consoante, mais ou menos..
A maioria dos críticos vai porque lhe parece obrigatório...
Alguns toureiros não vão, ou para ser diferente ou porque não têm pachorra... como eu começo a  compreender estes últimos...
Enfim, ou isto toma outro caminho ou então não sei...
A malta vai à Golegã como se fosse para Paredes de Coura, p'ró Sudoeste ou p'ra Zambujeira do Mar.
E que tal nos dias da feira umas bandas Rock,  nuns terrenos descampados perto da Golegã?... Pense nisso, Sr. Presidente da Câmara...

Foto D.R.