

Conhecia-lhe a capa, há já algum tempo a "rodar" aqui pela internet em sites e páginas do "Facebook". Li-lhe agora o conteúdo, depois de receber pelo correio, amavelmente enviado pelo eficiente moço de espadas Sérgio Batista, o pequeno livro que sua Mulher, Leonor Barradas (foto da esquerda), escreveu, "Estórias de uma Temporada", viajando pelas corridas que constituiram a temporada do triunfador João Moura Caetano (foto da direita). Acompanhou-o de Calamonte (Espanha) em Maio até à Azambuja, onde terminou a época, depois de na véspera ter cortado três orelhas e saído em ombros em Talavera, fechando com chave de ouro, também, uma campanha de sucesso em arenas espanholas.
Poderia suspeitar-se, era legítimo e aceitável, que sendo Leonor Barradas "afecta" a Moura Caetano, este livro se justificava como mero acto de "propaganda" à temporada do cavaleiro de Monforte. Mas não. Ela relata, com notável imparcialidade, a trajectória do toureiro que acompanhou em 2011, da mesma forma que relataria a de outro qualquer. Escreve a verdade. E a verdade da temporada de João Moura Caetano chama-se, na realidade, triunfo e consagração. Desde que tomou a alternativa, na primeira temporada do "novo" Campo Pequeno, esta foi a melhor, a mais sólida e a mais afirmativa temporada do jovem toureiro. Impõs o seu sentimento, a sua personalidade e a sua força de vencer em todas as arenas por onde passou, da mais simples e menos importante, aos palcos de maior cátedra, como Lisboa e Madrid. E é isso precisamente que está relatado no livro de Leonor Barradas - que além de consagrar um triunfador, revela uma excelente escritora que nos leva a viajar pelo "diário de uma temporada de toiros" em "episódios soltos da profissão e das vivências de um cavaleiro chamado João Moura Caetano".
"É certo que o mais importante é o relato das lides, mas eu não sou crítica tauromáquica, tento ser cronista, com alguma presunção é certo, ao tentar ter como ídolo aquele que foi o maior de todos na nossa história: Fernão Lopes. E se Fernão Lopes escreveu, entre muitas coisas, a célebre Crónica de D. Pedro, nós escrevemos as célebres crónicas de D. João. Não o de Avis, embora estejamos perto, mas o Moura Caetano" - escreve Leonor Barradas.
Fotos D.R.

