A propósito do facto de o Secretário de Estado da Cultura receber hoje em audiência movimentos anti-taurinos, a quem dará dez dias para se pronunciarem sobre o novo Regulamento Tauromáquico, a Federação "Prótoiro" emitiu este comunicado onde exige ao governante a imediata aprovação do documento, pronto para "arrancar" desde o início da legislatura:
O Sr. Secretário de Estado da Cultura
receberá, hoje, movimentos anti taurinos a propósito do novo regulamento
tauromáquico.
Este gesto sem qualquer fundamento,
denota uma total irresponsabilidade e falta de respeito pelo sector da cultura
taurina, pelo impacto económico desta atividade cultural, pelos seus
profissionais e pelos milhões de aficionados por todo o país. Atitude ainda
agravada pelo facto de ser realizada por quem deve ser o primeiro defensor da
cultura portuguesa.
Como pode ser aceitável que para a
definição de um regulamento e de um estatuto profissional, se oiça quem pura e
simplesmente quer eliminar essa atividade? Onde estaríamos nós se o Ministério
da Administração Interna adiasse a aprovação de um regulamento sobre bombeiros,
fruto de consensos, por decidir ouvir associações de pirómanos?
O Sr. Senhor Secretário de Estado tem o
regulamento pronto desde o início da legislatura e que mereceu o consenso de
todos os agentes da Tauromaquia, da Associação Nacional de Municípios e de
todas as demais entidades estatais que supervisionam o sector, como é o caso da
Direcção-Geral de Veterinária. Trata-se de um projeto que está pronto e que vai
atualizar uma regulamentação com mais de 20 anos. Só falta a coragem política
de aprová-lo.
Francisco José Viegas já afirmou
publicamente, por diversas vezes, que a aprovação estava iminente. Mas primeiro
foi a Troika, depois foram os problemas no "acesso a profissões" e
agora a aprovação vai aguardar, sem justificação alguma, pela audição de
movimentos extremistas e radicais, que nada têm que ver com este setor. E
depois, qual será a desculpa para não aprovar um diploma que está concluído há
anos?
Num momento grave da vida económica e
cultural do país, quando o cinema, o teatro e toda a demais produção cultural estão
em pré-falência, arriscando os seus profissionais caírem no fosso do
desemprego, as preocupações da Secretaria da Cultura não se focam nos agentes
culturais que tutela, mas sim em agentes destruidores da cultura portuguesa.
A Prótoiro exige do Sr. Secretário de
Estado da Cultura a imediata aprovação do novo regulamento e o fim deste
capítulo lamentável.
Prótoiro
Federação Portuguesa das Associações
Taurinas