segunda-feira, 5 de junho de 2017

João Moura Caetano: "O Campo Pequeno é o palco ideal para começar o novo desafio como ganadero!"



João Moura Caetano (foto) regressa esta quinta-feira ao Campo Pequeno, à praça que mais tem marcado a sua carreira e onde foi o primeiro cavaleiro a obter a alternativa, depois da reinauguração. Feliz por regressar à primeira praça do país, justamente na data em que completa onze anos de alternativa, salienta a coincidência e afirma que "o facto de poder debutar agora como ganadero é uma responsabilidade e um prazer enormes. Acho que é o palco ideal para o começo deste novo desafio".
Nesta corrida estreia-se a ganadaria dos Irmãos Moura Caetano, detida pelos irmãos João Moura Caetano e Maria Moura Caetano Couceiro, que é parte da ganadaria Maria Guiomar Cortes Moura, cujo ferro os toiros a lidar nesta e nas próximas duas temporadas ainda ostentarão.
Fazendo o balanço de onze anos de alternativa, o cavaleiro sente-se feliz pelo que tem feito, embora considere igualmente haver ainda "metas e objectivos por atingir" e por isso continua a aprender e a aperfeiçoar-se diariamente. E particulariza: "O toureio é uma profissão muito dura, feita de vitórias e derrotas, de momentos duros e momentos de muita alegria, mas todos esses momentos nos fazem evoluir e aprender, como toureiro e como pessoa. Eu não mudaria nada do que vivi neste tempo. Profissionalmente, penso que consegui criar um estilo próprio e uma maneira singular de interpretar o toureio que sinto. Para mim, o toureio é emoção, temple e improviso e tenho trabalhado muito para me manter fiel a esta maneira de pensar e sentir o toureio".
Tendo por base os ensinamentos e os valores transmitidos por seu pai, o cavaleiro Paulo Caetano, João fala das semelhanças e das diferenças de estilos, advertindo, logo de início, ser muito difícil comparar-se a uma figura do toureio como ele:
 "Existem algumas parecenças, a escola é a mesma, aprendi tudo com ele, a equitação e o conceito acho que são parecidos, os valores em praça também, não sei muito dizer quais as semelhanças e as diferenças".
De entre as semelhanças, destaca "o dar o privilégio ao momento da sorte e o gosto por interpretar o toureio ao piton contrário e de risco". No capitulo das diferenças, expressa-as deste modo: "Diferenças, talvez o meu Pai seja conhecido pelos quiebros muito arriscados a muita curta distância do toiro e eu talvez pelos quiebros com o toiro a arrancar de longe, ou seja, de praça a praça, talvez as distâncias no cite seja a nossa principal diferença no geral".
Gratificante é a palavra encontrada por João Moura Caetano para a sua presença nos cartéis da temporada comemorativa dos 125 anos do Campo Pequeno: "Todos os que toureamos este ano no Campo Pequeno vamos ficar na história da praça que esta temporada completa 125 anos de vida, agora com uma vida nova e 'mais cheia' ainda. É, pois, um grande orgulho para mim fazer parte dos cartéis da temporada de tão importante efeméride".
Quanto ao papel que o Campo Pequeno representa para si, relembra ter sido nesta praça que toureou pela primeira vez de casaca, foi a praça da sua alternativa e vários outros êxitos aqui obtidos. Relembra ainda outras praças que considera talismã como sejam as de Setúbal, Alcochete, Alcácer do Sal, Montemor-o-Novo, Elvas, ÉvoraNazaré e Póvoa do Varzim e, "claro, Monforte, a praça da minha terra, onde me sinto verdadeiramente em casa".
Quanto à sua temporada de 2017 refere que se vai repartir por Portugal e Espanha, não pretendendo tourear mais de 25 corridas, "pisando as principais feiras de Portugal e lutando para triunfar em Espanha".
Na próxima quinta-feira, no Campo Pequeno, repartirá cartel com o cavaleiro Rui Fernandes e o rejoneador espanhol Leonardo Hernández (triunfador em Madrid), completando o cartel os grupos de forcados amadores de Alcochete e de Turlock, capitaneados por Nuno Santana e George Martins Júnior, respectivamente.

Foto D.R./@Campo Pequeno