O Trio da Apoteose encheu Alter em Abril, mas na 6ª feira só metade das bancadas da praça de Évora estavam preenchidas |
Arte e temple nas duas lides de alto brilhantismo de Moura Caetano |
João Moura Jr. puxou dos galões e pôs emoção diante de toiros que pouco transmitiram |
A verdade e a emoção de João Ribeiro Telles fizeram a diferença |
Muito bem apresentados, com investidas nobres e claras, mas sem transmissão e sem a necessária agressividade que dá emoção ao espectáculo, os toiros de Irmãos Moura Caetano proporcionaram excelentes exibições a Moura Caetano, a João Moura Jr. e a João Ribeiro Telles na nocturna das Vindimas, sexta-feira em Évora, mas souberam a pouco e a corrida, por isso, foi apenas e só mais uma - sem o impacto que se esperava e apesar da excelente promoção levada a cabo pela empresa Toiros & Tauromaquia.
O público não acorreu à praça, que registou apenas meia entrada, depois de o mesmo Trio da Apoteose ter enchido a praça de Alter em Abril.
João Moura Caetano brilhou nos seus dois toiros sobretudo pela forma artística e templada como os lidou, fazendo alarde do momento superior que atravessa e da cavalgada de sucessos que vem protagonizando em todas as praças onde tem actuado, deixando enorme expectativa para o encerramento da sua temporada no próximo dia 12 em Lisboa na Gala que fecha a temporada dos 125 anos da praça do Campo Pequeno.
João Moura Júnior, outro cavaleiro que marca presença na Corrida de Gala de Lisboa, puxou dos seus galões e realizou duas lides magníficas e ao seu melhor estilo, empolgando. O momento pessoal que atravessa não é o melhor, a incerteza da continuidade de Rui Bento como apoderado também certamente pesará, mas a verdade é que o grande Moura mantém a moral em alta e em Évora voltou a deitar cartas.
João Ribeiro Telles chegou à cidade-museu vindo de um triunfo em Espanha, onde saira em ombros à tarde. Marcou a diferença frente aos seus dois toiros, galvanizou o público com o seu toureio de emoção e de verdade, pisou terrenos de alto compromisso e no conjunto das duas actuações sagrou-se absoluto triunfador desta Corrida das Vindimas. Vai estar este noite em Vila Franca e na quinta-feira na Chamusca, encerrando com estas duas corridas uma temporada de total consagração, deixando enorme expectativa para a próxima, em que comemorará de forma especial os seus 10 anos de alternativa.
A corrida de Évora ficou marcada, como já aqui referimos em pormenor, pelo simbolismo que constitui o regresso às arenas do Grupo de Forcados Amadores de Alcochete, ao lado dos Amadores de Évora, apenas duas semanas passadas sobre a tragédia da Moita - que levou do nosso convívio Fernando Quintella, um Forcado que jamais será esquecido e que nesta sexta-feira foi emotivamente lembrado ao longo de toda a noite.
A corrida foi bem dirigida, com a usual competência, por Marco Gomes.
Fotos Maria Mil-Homens