domingo, 16 de dezembro de 2018

Processos da família Borges podem atrasar venda do Campo Pequeno

Processo de venda do Campo Pequeno pode agora recuar face às queixas
interpostos pela família Borges, prolongando assim, para bem dos aficionados,
a gestão a cargo de Rui Bento e da Drª Paula Mattamouros Resende
A reportagem bombástica de ontem no jornal "Sol" pode travar todo o processo
de venda da concessão do Campo Pequeno, que estava a decorrer e podia estar
concluído em Janeiro, dentro de um mês. Os Drs. João e Henrique Borges (fotos
de baixo) acusam Armando Vara da responsabilidade da falência do processo
e se a Justiça lhes der razão regressam à gestão da praça de toiros


A bombástica manchete do semanário "Sol" de ontem pode atrasar todo o processo em curso para a venda da concessão do Campo Pequeno e prolongar, para bem dos aficionados, a gestão da Drª Paula Resende e de Rui Bento. Contamos porquê

Não terá sido por mero acaso que a bombástica reportagem/investigação do jornal "Sol" sobre eventuais ilegalidades e até mesmo a responsabilidade de Armando Vara em todo o processo de falência do projecto Campo Pequeno, denunciadas pela família Borges, accionista da sociedade que remodelou a praça de toiros e acabou por ser afastada na sequência dessa "tentativa de golpe" do ex-ministro de Sócrates que está a um passo da prisão, veio ontem a lume, exactamente num momento em que decorrem com a administradora da insolvência, Drª Paula Mattamouros Resende, as negociações para venda da concessão - que poderiam estar efectivadas já no próximo mês de Janeiro.
São quatro os potenciais candidatos à compra da concessão da exploração do Campo Pequeno (praça de toiros, centro comercial e parque de estacionamento), todos eles portugueses, mas a existência de processos a decorrer no Ministério Público e no Tribunal de Contas, interpostos pela família Borges, pode agora travar as negociações e prolongar a gestão até aqui desenvolvida (e bem) por Paula Resende e Rui Bento.
Os Drs. João Borges e Henrique Borges (nas fotos ao lado), antigos administradores da sociedade em que pontifica também seu pai, o Dr. Henrique Borges, alegam irregularidades e culpam o ex-ministro Armando Vara em todo o processo que levou à falência do projecto e reclamam o regresso à gestão da praça de toiros.
Estes processos, a decorrer na Procuradoria-Geral da República e no Tribunal de Contas, podem agora fazer recuar os potenciais compradores do Campo Pequeno, uma vez que, diz-nos fonte ligada ao caso, "não está claro neste momento a quem pertence de facto a concessão da praça e quem a comprar pode a seguir debater-se com um complicado e exaustivo processo que pode eventualmente culminar com o regresso da família Borges à gestão da praça de toiros".
Isto é, "quem comprar pode depois enfrentar um complicadíssimo processo, caso a PGR e o Tribunal de Contas venham a dar razão à família Borges e esta vier reclamar a propriedade da concessão".
"É óbvio que esta publicação ontem do jornal 'Sol' teve intuitos e objectivos bem delineados, não foi por acaso que surgiu neste preciso momento em que existem negociações com eventuais compradores", acrescenta a nossa fonte.
Em termos taurinos, seja ou não vendida a concessão do Campo Pequeno, pelo menos a próxima temporada, pelos compromissos já assumidos, vai ainda decorrer sob a batuta da Drª Paula Resende e de Rui Bento e os cartéis, como ontem noticiámos, em número menor (oito ou dez) ao de épocas anteriores, vão ser apresentados já em Fevereiro, estando agendada a corrida de abertura da época para a primeira ou segunda quinta-feira de Abril, antes da Páscoa.
A maior incógnita, caso se registe a venda da concessão, é a temporada de 2020 e as que se seguem. Quem comprar a concessão do Campo Pequeno (a praça é propriedade da Casa Pia, como se sabe), vai ter obrigatoriedade de realizar corridas de toiros - mas, ao que sabemos, em número muito drasticamente reduzido - e pode ou não manter a actual equipa que tem organizado as corridas de toiros.
Aguarde-se. Muitas novidades podem vir a caminho...

Fotos Emílio de Jesus