sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Samuel Silva: "Não concorremos a Reguengos por respeito e amizade a outros empresários"

A aficion estranhou o facto de a empresa Toiros com Arte, de Jorge Dias e Samuel Silva, não ter concorrido à praça de Reguengos, quando nos anos anteriores concorreu em força a todas as praças que foram "a leilão". Terá isso significado um recuo, uma desistência, um andar para trás por parte da super-empresa dos dois antigos forcados elvenses? E outras questões andam no ar: vão ou não vão manter a parceria de sucesso que fizeram este ano com a Ovação e Palmas de Luis Miguel Pombeiro? E irão apoderar toureiros? Fala-se na hipótese de João TellesO "Farpas" quis saber as respostas e falou com Samuel Silva.

Entrevista de Miguel Alvarenga

- Primeiro, Reguengos de Monsaraz. No ano passado concorreram "a tudo o que mexia", isto é, a todas as praças que foram "a leilão" e agora não deram sinais de vida no concurso de Reguengos, o que causou alguma estranheza... Significa uma desistência, um andar para trás?...

- Não senhor, de maneira nenhuma. Continuamos a andar para a frente, não desistimos de nada e em Janeiro já poderemos divulgar grandes novidades. 

- Então não concorreram porquê?

- Por uma simples razão. Houve amigos e colegas que concorreram à praça de Reguengos e que nos pediram para não concorrermos. E assim fizemos, porque acima de tudo temos que manter as amizades, as relações e as parcerias que temos. Foi por respeito a alguns amigos que não concorremos a Reguengos. Não significa um "andar para trás" ou uma desistência...

- Quando fala em amigos que concorreram e vos pediram para não concorrerem está a referir-se a Margarida e António José Cardoso, da Toiros & Tauromaquia, que nos últimos anos estiveram à frente da praça de Reguengos?

- A eles e a outros, não só a eles.

- A Vila Franca, por exemplo, concorreram...

- Sim, concorremos a Vila Franca. Não ganhámos, a vida é mesmo assim, umas vezes ganha-se, outras vezes perde-se. Mas também não queremos concorrer a todas as praças.

- E a parceria com a Ovação e Palmas, vai manter-se?

- Tudo leva a crer que sim e tudo indica que sim, que vamos manter a parceria que fizemos este ano com o Luis Miguel Pombeiro, mas só vamos analisar tudo em Janeiro e então decidiremos. Está tudo um pouco atrasado, as pessoas estão com grande expectativa de saber o que se vai passar, mas penso que as coisas todas este ano estão um bocado paradas e só se começarão a tomar decisões no próximo mês.

- De resto, mantêm as praças que já têm?

- Sim. Estamos já a delinear algumas coisas, a equacionar alguns cartéis, mas vamos fazê-lo com calma e com ponderação. Este ano houve erros grandes que foram cometidos exactamente porque agimos de cabeça quente, sem ponderar, com alguma precipitação. Vamos ter mais calma e maior ponderação. Mas vamos continuar. Viemos para ficar! Em Janeiro, como disse antes, já divulgaremos grandes novidades.

- Fala-se também em prováveis apoderamentos de toureiros... vão entrar por esse campo, o dos apoderados?

- A empresa Toiros com Arte não vai apoderar ninguém. Eu, individualmente, posso vir a apoderar algum toureiro, desde que exista um projecto giro e 'desafiador', com objectivos concretos e que eu sinta, sobretudo, que é um desafio que posso vir a abraçar. Mas de momento não existe nada nem ninguém em concreto, é apenas uma coisa que pode acontecer. Ou não. Não vale a pena falar em nomes, porque seria estar a precipitar-me. Repito uma vez mais: haverá grandes novidades em Janeiro.

Fotos M. Alvarenga