domingo, 24 de fevereiro de 2019

As lides a duo dos cavaleiros ontem no Campo Pequeno

Bem sabemos que o figurino das lides a duo está fora de moda e não faz grande
sentido. Mas ontem era um dia especial - e era sobretudo um dia de festa para
enaltecer a Tauromaquia e a união entre todos. Os duetos dos oito cavaleiros
em quatro toiros resultaram perfeitos
A primeira lide a duo foi "à antiga" e "à Telles". Em perfeita sintonia, esteve
a perfeição do toureio clássico do Maestro António e a irreverência e a arte
do sobrinho João. Lide empolgante e ritmada que galvanizou o público e deu
o mote para o que viria a ser uma excelente tarde de toiros
Salvador e Palha brindando ao céu à memória de Joaquim Bastinhas
Frente a novilho-toiro de Ribeiro Telles com qualidade e a dar emoção, Rui
Salvador e Francisco Palha protagonizaram o segundo dueto. A solidez e a
maestria de Salvador, que sofreu impressionante colhida e depois cresceu,
cravando ferros de imenso mérito, esteve aqui frente-a-frente com a raça
e o valor desmedido de Francisco Palha, com ferros de praça a praça, que de
uma vez por todas quebrou o "enguiço" que o marcava sempre que toureava
em Lisboa
Teve menos história, pela mansidão do novilho de Prudêncio, que cedo procurou
o refúgio em tábuas, a lide de Luis Rouxinol e Filipe Gonçalves. Imperou a maestria
de Rouxinol e revelou-se um "novo" Filipe, sem "espalhafato", muito mais
sóbrio e exibindo aplaudida maturidade
Frente a um codicioso e bem apresentado novilho-toiro de Romão Tenório,
fecharam o festival Rui Fernandes e João Moura Júnior. Rui não começou da 
melhor forma, mas depressa se emendou, impondo a verdade e a emoção do
seu toureiro. Moura reivindicou uma vez mais a glória do nome que defende
nas arenas. Os dois terminaram em beleza, com o público de pé e a pedir mais
ferros. Fim em apoteose de uma lide plena de vibração e grandes momentos
de maestria por parte dos dois consagrados cavaleiros

Fotos Maria Mil-Homens