Reportagem numa revista espanhola: "O Pelé dos Toiros" |
Chibanga deixou a sua valentia marcada nas arenas de todo o mundo |
Ricardo Chibanga com o director do "Farpas": uma amizade que durou uma vida |
Em Fevereiro do ano passado com José Tinoca e Morante de la Puebla em casa do ganadeiro Manuel Veiga, poucos dias antes de sofrer o AVC que em Abril lhe viria a causar a morte Foto Fernando Clemente |
Entre dois figurões das arenas: Manuel dos Santos e José Tinoca |
Visitado por Manuel Jorge Díez dos Santos no hospital, a convalescer de uma das muitas cornadas que sofreu na sua carreira |
Na arena do Campo Pequeno, ensinando a sua arte a Eusébio |
Treinando na Golegã com José Tinoca a "conduzir" a tourinha. Em baixo, com Alfredo Ovelha, protegidos da chuva, nas corridas em Macau nos anos 60 |
Morreu há um ano aquele que foi um dos últimos grandes ídolos da tauromaquia nacional. Ricardo Chibanga, o "Pelé dos Toiros", como um dia lhe chamaram
Miguel Alvarenga - Ricardo Chibanga nasceu num bairro pobre de Lourenço Marques, hoje Maputo, em Moçambique. Brincou em pequeno com Eusébio - que um dia me confessou nunca acreditar que ele pudesse ser toureiro, "porque era de todos nós o mais medricas, quando jogávamos à bola e se arranhava num joelho ficava logo aflito...".
E foi, ao contrário das previsões do amigo Eusébio, um dos maiores toureiros do seu tempo.
Chibanga veio para Portugal nos anos 60 do século passado, tendo sido apoiado por várias figuras da festa brava, como o matador de toiros e empresário taurino Manuel dos Santos, o também histórico empresário Alfredo Ovelha, o embolador Fernando Pinheiro, os bandarilheiros José Tinoca e Manuel Barreto e Mestre Patrício Cecílio, que na Golegã, terra que o adoptou e onde viveu toda a sua vida, lhe deram os primeiros ensinamentos na arte do toureio a pé.
A alternativa de matador de toiros teve por cenário a emblemática Real Maestranza de Sevilha (Espanha) a 15 de Agosto de 1971, tendo sido apadrinhado por António Bienvenida, com o testemunho de Rafael Torres.
Em Portugal, apresentou-se como matador de toiros, quatro dias depois da alternativa, na praça do Campo Pequeno, em Lisboa, no dia 19 de agosto de 1971, tendo toureado ao lado do matador sevilhano José Luis Galloso.
Ricardo Chibanga abandonou as arenas no final dos anos 90 do século passado (toureou pela última vez em 1997 em Macau), tendo adquirido uma praça de toiros desmontável em que promovia festejos taurinos, alugando também o equipamento a outros empresários tauromáquicos.
Toureiro de um valor desmedido, conquistou os aficionados de todo o mundo e é ainda hoje recordado como um dos maiores nomes das arenas e como um dos últimos grandes ídolos do público português.
Fotos D.R.