Miguel Alvarenga - Os que me conhecem, sabem que sempre adorei polémicas. Nem sei viver sem elas. Aprendi com Vera Lagoa, que foi uma mestra fantástica e me ensinou a cumprir, sem medos, as regras deontológicas do Jornalismo.
O dia de ontem foi de grande polémica - e adorei. Recebi centenas - centenas! - de telefonemas de solidariedade, às tantas tive que desligar o telemóvel, já não aguentava mais. Nem eu, nem a bateria.
Longe dos ensinamentos de seu querido Pai, o toureiro Marcos Bastinhas insinuou num escrito - que não terá escrito... - que eu "recebia dinheiro" para dizer bem dele. E que por não me ter pago em Vila Franca, eu tinha escrito de "outra maneira". Deu-me um gozo do outro mundo!
Primeiro, Bastinhas destapou-se e deu com isso a entender que não tem valor nenhum e que o que "tem" é a custa de pagar aos escribas para dizerem bem dele...
Depois, Bastinhas não tinha em Vila Franca que me pagar um cêntimo para "dizer bem dele", Deus me livre - e ele sabe que assim é.
Tinha, única e simplesmente, o seu apoderado, que pagar ao "Farpas" (não a mim) a publicidade que encomendara - e que aqui foi cumprida à risca - da promoção da corrida de Elvas, que ele próprio organizou.
O pagamento estava, embora atrasado, agendado para 1 de Outubro no Campo Pequeno. O seu apoderado "desapareceu" nessa noite e telefonou-nos às duas e tal da manhã a dizer que ia a caminho de Coimbra, que houvera um desencontro e que liquidaria a dívida em Vila Franca. Não o fez uma vez mais. Voltou a desaparecer. Mas não o incomodámos. Alguém lhe telefonou a pedir o pagamento? Sabemos que é um homem sério e idóneo e que pagaria nem que fosse daqui a cem anos...
Marcos Bastinhas empolgou-se, ou alguém por ele, e reagiu contra uma crónica em que não encontra uma linha a apontar qualquer falha sua na corrida de segunda-feira em Vila Franca, antes pelo contrário. Leiam.
Veio a público no Facebook, estilo a lavar "roupa suja", dizer que me pagava e que não tinha pago e que por isso eu escrevera o que escrevi. O quê? Onde encontram alguma maldade contra ele no que escrevi? Ou alguma inverdade do que aconteceu na segunda-feira na "Palha Blanco"?
Basta ler as outras crónicas. Li a do touroeouro.com e a do tauronews.com, para já não falar dos sites espanhóis, que dão todos, como eu dei e não podia ser de outra forma, o triunfo maior a Rouxinol Júnior.
Bastinhas não gostou. E gostou muito menos do facto de os seus dois toiros de Prieto de la Cal terem sido ambos "indultados" pelo ganadeiro, quando ele não conseguiu obter com eles um triunfo (dois) redondo.
No seu primeiro toiro foi Bastinhas o primeiro a considerar, com imensa dignidade, que não tinha estado bem, recusando ir à arena no final. apesar de autorizado pelo director de corrida Ricardo Dias. No segundo, apesar de não autorizado, foi à arena e o exigente e entendido público vilafranquense "aplaudiu-o" com uma vaia...
Bastinhas elegeu-me a mim como "bode expiatório" de um não triunfo em Vila Franca. Escreveu o triste comentário que escreveu no Facebook e recebeu milhares de apoios de correligionários que o fizeram feliz, estilo "estiveste muito bem e o Alvarenga é um cabrão do caraças"... mas a realidade é que eu não disse mal dele, nem podia dizer, pelo contrário, tapei-o.
Atrás vieram umas dezenas de apoiantes apoiá-lo. Entre os quais alguns dos vários macaquinhos que por aí andam de máquina fotográfica em punho e tiram, estilo metralhadora, centenas de fotos de um ferro, onde pelo menos uma foto há-de estar magnífica. Eu tiro uma foto por ferro, sem motor - e consigo ser melhor que eles todos juntos. Exceptuando o João Dinis, o Clemente, o António Paulo e os veteranos Carvalho Dias e Luis Azevedo - que são, de facto, muito melhores que eu!
Um dos "macaquinhos" - não digo o nome por respeito - há poucos anos pedia a uma companheira para pedir ao Bastinhas (ao saudoso Mestre Joaquim) se lhe podia oferecer uma máquina fotográfica... um dia eu juro que conto a história.
Resumindo e concluindo. Fiquei triste pela tristeza do comentário do Marcos (censurado e criticado inclusivamente por grandes Amigos de seu Pai), que acredito não ter sido escrito por ele. Mas sei que o vou perdoar, em nome da Amizade que tive durante tantos anos por seu querido Pai, ainda ele não tinha nascido, nem pensava nascer...
Por outro lado, agradeço ter-me devolvido este estigma da polémica. Até agora, as visualizações do "Farpas" já vão a rondar os 20 mil no dia de hoje.
Obrigadinho, Marcos!
Fotos M. Alvarenga e D.R.
