terça-feira, 5 de janeiro de 2021

A guerra do cartaz: Pombeiro diz adeus à APET


Está o baile armado: o principal empresário tauromáquico nacional, Luis Miguel Pombeiro, gestor da praça de toiros de Lisboa e de muitas outras no país, entra em rota de colisão com a APET e abandona a associação depois de esta ter aprovado o cartaz que a PróToiro colocou junto da Assembleia da República, em desacordo pelo que considera "um abuso" e uma "tentativa de partidarizar a tauromaquia", depois de terem utilizado a imagem do primeiro-ministro.

"Já tive a confirmação que a APET aprovou o cartaz, pelo que apresentarei a minha demissão da associação na próxima assembleia-geral perante os associados e depois de expor as minhas ideias sobre este e outros assuntos" - Luis Miguel Pombeiro no centro da polémica, depois de já esta manhã ter manifestado ao "Farpas" o seu desagrado pelo cartaz que a Federação PróToiro implantou junto da Assembleia da República em protesto pela proposta da proibição de menores nas praças de toiros.


"Sou contra essa proposta, mas sou o mais contra possível no que diz respeito ao infeliz cartaz que a PróToiro idealizou, abusando da imagem do primeiro-ministro, como já o disse esta manhã. Não tem pés nem cabeça usar e abusar da imagem do primeiro-ministro. Não se pode fazer isso. Estão a tentar partidarizar a tauromaquia e a tauromaquia não tem cor política. Não nos podemos esquecer que são do PS e até do PCP a esmagadora maioria das Câmaras que apoiam a arte tauromáquica. Repito o que disse esta manhã: não tem a ver com ser ou não ser socialista, tem simplesmente a ver com o facto de que não concordo minimamente com a utilização da imagem do primeiro-ministro nesse cartaz sem pés nem cabeça, ainda por cima com umas cores horríveis, parece um cartaz do MRPP dos tempos do PREC. Podiam ter usado uma foto, muito mais expressiva do protesto que estão a fazer, de uns pais a entrar numa praça de toiros com os filhos, mas nunca a do primeiro-ministro", acrescenta Pombeiro.


"Tinha dito que deixava de pertencer à Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos se se viesse a apurar que a APET tinha aprovado o cartaz, sem consultar a opinião dos associados. Já confirmei que o aprovou, pelo que a minha empresa vai deixar de estar associada na APET. Já fui até 'ameaçado' pela Associação Nacional de Toureiros de que deixaria de poder contratar toureiros para as minhas praças se abandonasse a APET... Vamos ver se contrato ou não contrato! Ninguém me pode obrigar a pertencer à APET! Isto é uma brincadeira de crianças e eu não embarco nestas parvoíces. Vou exigir que retirem o cartaz!", diz, a terminar, o principal dos empresários tauromáquicos nacionais.


Foto Fernando Clemente