domingo, 9 de maio de 2021

Montemor e Vila Franca: as seis pegas monumentais de ontem na "Palha Blanco"

Depois da duríssima tarde de sexta-feira com os toiros da ganadaria Dr. António Silva, Vila Franca viveu este sábado mais uma jornada de grandes emoções pela seriedade dos toiros Veiga Teixeira - de apresentação, caras e córneas dignas da exigente Monumental de Madrid, toiros dos que pedem contas e "metem mudanças", toiros, também, daqueles que descompõem e dão à Festa o perigo e o dramatismo que são, afinal, a sua maior razão de ser e a sua mais verdadeira essência.

Quando sai o toiro de verdade - como aconteceu nestas duas corridas da "Palha Blanco" - a Festa tem um sabor diferente. E só toca guitarra quem tem unhas. E foi o que voltou ontem a acontecer na "Palha Blanco" na tarde dos mano-a-manos entre os cavaleiros Luis Rouxinol Jr. e António Prates (que Miguel Alvarenga aqui vai analisar detalhadamente amanhã de manhã) e também entre os grupos de forcados de Montemor e de Vila Franca. A "Palha Blanco" viveu de novo uma tarde de angústias e suspiros...

Fique agora com as sequências das seis valentes pegas dos dois grandes grupos de forcados - tão grandes que não houve um Teixeira que, apesar das dificuldades que impuseram, os vencesse! Um fortíssimo olé para os dois Grupos de Forcados!

Fotos M. Alvarenga

















Carismático e histórico elemento dos Amadores de Montemor,
forcado para as "grandes bombas" e um dos melhores dos
últimos anos, foi Francisco Maria Borges quem pegou o
primeiro toiro da tarde - um manso perigoso e super
complicado - marcando assim o regresso do grupo à "Palha
Blanco", onde não pegava há uma década. Bonito e artista 
no cite, como sempre, "toureiro" a recuar e a templar a
investida, Francisco mal tinha iniciado o cite quando o
toiro se arrancou repentinamente. Valente como as armas,
não vacilou e pegou-o, sofrendo um violento e duro
derrote. Na segunda tentativa, o toiro não se arrancou e 
só depois de lhe mudarem os terrenos Francisco o
tentou pegar, escutando entretanto um aviso. Outro
derrote brutal. A pega acabou por ser consumada à
terceira, saindo o valente forcado lesionado, pelo seu
próprio pé, para a enfermaria







O cabo Vasco Pereira deu o exemplo e foi para a cara do
segundo Teixeira da tarde, abrindo a actuação dos Amadores
de Vila Franca de forma brilhante e à primeira tentativa. Outro
grande forcado, dos melhores da actualidade, em tarde grande.
O grupo ajudou na perfeição e Carlos Silva teve mais uma
tarde de triunfo rabejando com poderio e arte os três toiros
do seu grupo









Para a cara do terceiro toiro foi outra referência do Grupo
de Montemor, o experiente e eficiente Francisco Bissaya
Barreto. Concretizou a pega ao segundo intento, após ter
sofrido um violento derrote na primeira tentativa, com uma
ajuda enorme de Pena Monteiro, o futuro cabo do grupo.
Francisco Godinho foi um monumento a rabejar os três
toiros do Grupo de Montemor






Pedro Silva (Grupo de Vila Franca) pegou o quarto toiro da
corrida, com arte, raça e enorme brilhantismo, à primeira
tentativa, com uma grande ajuda de Diogo Duarte, que teve
depois honras de também o acompanhar nos agradecimentos
finais dos aplausos do público, com o cavaleiro António
Prates










A última pega dos Amadores de Montemor esteve a cargo
de outro grande forcado do grupo, Bernardo Dentinho.
Fortemente derrotado na primeira tentativa, fechou com
garbo e decisão à segunda, com o grupo a ajudar muito
bem e Godinho novamente a rabejar como só ele sabe. A
pega foi brindada a Filipe Andrade e Sousa













Ao segundo intento e depois de sofrer um derrote alto na
primeira tentativa, João Matos (Vila Franca) fechou com
chave de ouro a corrida de ontem na "Palha Blanco", com
o grupo a ajudar com coesão e decisão. Dedicou a pega ao
histórico "Platanito", forcado de glória dos Amadores de
Vila Franca