"Está na hora de pôr isto tudo na ordem!" - podia ser a legenda desta foto de Rogério Jóia, destacado director de corridas, que esta semana esteve no Parlamento "a convite" do PS para, na qualidade de presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), explicar pormenores sobre as polémicas e bombásticas denúncias que fez há cerca de um mês no programa "Linha da Frente" da RTP sobre, concretamente, "fugas de informações em organizações estatais ligadas à Justiça para condicionar e coagir nomeações e decisões desportivas".
Inquirido pelos deputados, Rogério Jóia esvaziou todo o intuito da audição convocada pelo Partido Socialista, recusando adiantar pormenores por o assunto se encontrar sob "segredo de justiça", informando que aquilo que disse - e acusou - na entrevista à RTP já foi comunicado ao Ministério Público e está sob investigação.
"Se querem que compactue com ilegalidades, demitam-me", disse.
Inspector da Polícia Judiciária, professor universitário, advogado, Rogério Jóia é conhecido pela seriedade, pela verticalidade e pela coragem com que normalmente "enfrenta o toiro de frente".
Na célebre entrevista ao programa "Linha da Frente", o presidente da ADoP manifestou a decisão de "apertar o cerco ao futebol" no que respeita aos controlos, frisando que o facto de os futebolistas não serem controlados ao sangue terá que ser "rapidamente alterado".
"Não é correcto que um jogador de futebol não seja controlado ao sangue. Não é correcto um atleta de outra modalidade sentir que alguém lhe bate à porta às 7 da manhã e o atleta de futebol não sentir isso... Isso comigo vai acabar. Estamos cá para cortar a direito!" - foram algumas das declarações de Rogério Jóia que incendiaram o mundo da bola e que agora terão provocado esta chamada ao Parlamento.
Um tema que promete aquecer...
Foto Emílio de Jesus/Arquivo
