sexta-feira, 5 de abril de 2019

Francisco Mendes, o "estilista da capa", também homenageado no dia 25 no festival em Sobral de Monte Agraço

Em 2015 foi homenageado em Lisboa pelo Grupo Tauromáquico "Sector 1". Na
foto, com Patrícia Sardinha, presidente da instituição e com o então cabo dos
Forcados Amadores de Santarém, Diogo Sepúlveda, no acto em que o grupo
foi também homenageado pelo seu centenário
Francisco Mendes com o seu grande amigo e bandarilheiro António Badajoz


Francisco Mendes, o matador português a que o famoso crítico Pepe Luís chamou "o estilista de capa", é também uma das 12 lendas vivas do nosso toureio a pé que vão ser homenageados no próximo dia 25 no festival taurino que se realiza em Sobral de Monte Abraço.
Francisco Mendes Silva Conceição, de seu nome completo, nasceu em Beja a 24 de Dezembro de 1932 e cedo sentiu o apelo do toureio a pé, participando em tentaderos quando tinha apenas 13 anos de idade. Em Évora, na antiga Tertúlia Tauromáquica Eborense, recebeu os primeiros ensinamentos de Cayetano Ordoñez "Niño de la Palma", quanto este famoso matador, então bandarilheiro, integrava a quadrilha de Diamantino Vizeu.
Vestiu-se pela primeira vez de luces, fazendo a sua estreia nas arenas, a 15 de Agosto de 1950 na praça de Reguengos de Monsaraz, apresentando-se a 15 de Abril de 1951 no Campo Pequeno e a 22 de Julho do mesmo ano em Algés.
Francisco Mendes estreou-se em Espanha na praça de Pamplona a 17 de Agosto de 1952 e a 26 de Abril do ano seguinte debutou com picadores na Real Maestranza de Sevilha, onde gozou depois de enorme cartel.
A 10 de Agosto de 1954 recebeu a alternativa de matador de toiros em Málaga das mãos de António Ordoñez, com toiros de Conde de la Corte numa tarde em que se lidaram oito e foram testemunhas do acto César Girón e "Chicuelo".
Toureou no Perú, na Venezuela, na Colômbia e no México, confirmando a alternativa a 3 de Maio de 1957 na Monumental de Madrid, apadrinhado por Rafael Ortega, com o testemunho de António Chenel "Antoñete", frente a toiros de Pilar Sánchez Cobaleda.
Considerado um dos mais artistas matadores de toiros nacionais, Francisco Mendes retirou-se cedo das arenas, casando e passando a viver em Madrid. Continuou, contudo, a vir várias vezes ao seu país para participar nas tentas da ganadaria Murteira Grave, a cujo proprietário, o saudoso Engº Joaquim Grave, o unia uma imensa amizade.
Há poucos anos, foi homenageado em Lisboa pelo Grupo Tauromáquico "Sector 1".

Fotos D.R.