Miguel Alvarenga - Sinceramente, não sei se fiz bem, se fiz mal. Mas a realidade é que esta manhã levei a terceira dose da vacina que dizem que é para fazer frente à maldita Covid-19. Ontem fiz um teste e deu negativo, que chatice, todos têm Covid e eu não tenho nada... À minha volta, toda a gente está com Covid, outros já tiveram e mais ainda não perderam a esperança de a vir a ter... Feitas as contas, esta merda (perdoem-me o termo) não está nada fácil...
Agendei há quinze dias para a manhã de hoje, mal sairam as notícias a dizer que se podia agendar com mais de 60 anos. Tenho 63. Fui à luta, sem medo! Sou um herói, eu que tenho pavor de agulhas...
A minha querida filha Maria Ana apresentou-se à minha porta às 8h15 com o Santiago. E avançámos para a Expo, como uns guerreiros. Venha ela, a vacina! E que seja o que Deus quiser!
"O Avô vai berrar e cá fora o menino vai ouvir a gritaria!", disse eu ao Santiago, explicando-lhe que tenho horror a seringas. "Não vai, não, que eu dou beijinhos", disse ele. E deixou-me sem fala...
No Pavilhão 4 da FIL, onde adoro ver exposições, mas odeio levar "picas", a fila era infindável às 9 da manhã. Tinha a vacina agendada para as 9h33.
Cheguei-me a ela, à fila, e não demorou mais que cinco minutos a entrar. Fantástica organização - que é preciso louvar! - dos Bombeiros Sapadores de Lisboa. Sem militares nenhuns (como tinha acontecido na segunda vacina), agora com o Almirante vendido aos poderes súcias... que tristeza e que vergonha grande!...
Quinze minutos depois estava sentado na primeira cadeira. Calhou-me o Gabinete 19... e eu à espera do 13, que sempre foi o meu número de sorte.
Enfermeira simpática e gira, com idade para ser minha filha. "Tenho pavor de agulhas", avisei logo. Ele riu. "Não vai sentir nada", garantiu. E não senti. Tinha levado as duas vacinas da Tia Zeca, hoje levei a da Moderna. Moderníssima!
"Teve alguma reacção nas outras?", perguntou a enfermeira. "Nenhuma, zero!". "Então também não deve ter nesta", disse ela. Fiquei tranquilo Perguntou se também queria levar a vacina da gripe. Disse que não, que uma chegava. "A da gripe dou-a à Humanidade, ao próximo que venha a seguir" . E pronto, ficámos por aqui. A ver vamos. Não sinto nada. não doeu nada. Esperei meia-hora sentado no recobro e vim-me embora.
O Santiago adorou ver-me chegar ao carro são e salvo, rimos imenso.
Duas imperiais no Café "Arena" e mais não sei quantas no almoço, com a minha Mãe, no "Aqui ao Lado" - e estou como novo!
Sei lá se esta merda (desculpem outra vez a linguagem...) faz bem ou faz mal. Mas já cá canta!
Fotos Maria Ana Alvarenga e D.R. (tiradas por mim)