quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Levesinho sobre o Campo Pequeno: "Fui sondado, pediram-me o currículo... só isso e mais nada!

Ricardo Levesinho esclarece pela primeira vez o que se passou em relação ao Campo Pequeno Confirma que foi sondado, mas avisa: "Não contem comigo para confusões e problemas". Confirma, contudo, que se trata de "uma praça apetecível". Fala ainda das suas praças e dos concursos que aí vêm. E conclui que "mais importante do que falar em cenários, é trabalhar para marcar acontecimentos".

Entrevista de Miguel Alvarenga

- Ricardo, que projectos e novidades já pode anunciar para 2022?

- Na próxima temporada o que procuramos é melhorar. Criar espectáculos cada vez mais atractivos e de máxima categoria. Isso não serão promessas, mas sim compromissos que temos connosco e com os aficionados.


- Sempre vai concorrer à Monumental do Montijo?

- Em relação ao Montijo é uma praça muito importante e por isso é sempre algo que temos interesse em acompanhar e analisar possível interesse, mas é demasiado prematuro saber se temos interesse, pois não temos conhecimento sequer se vai a concurso, nem muito menos as condições do mesmo, no caso de existir. 


- Geria a praça da Figueira da Foz há seis anos e agora levam-na a concurso. Confirma que se recandidata? 

- No caso da Figueira, o seu Conselho de Administração entendeu, após ter sido sondado por outros, avaliar o real interesse dos mesmos e a sua capacidade para fazer face a determinadas exigências e a valores. Nós continuamos a acreditar no projecto Coliseu Figueirense, mas existem questões no caderno de encargos que nos deixam com muitas dúvidas na questão da solvência financeira. Estamos a decidir o que faremos, mas é certo que o nosso interesse é muito grande, até pela história que ali já temos e pelo enorme gosto e entusiasmo que temos tido ao longo dos últimos seis anos a gerir aquele espaço.


- E continua na praça da Chamusca?

- Na Chamusca o que está alinhado é a continuação com base nas dificuldades que existiram nos últimos anos, anos esses na égide do último concurso.


- Vamos ao caso de que se tem falado muito por aí. É verdade que foi chamado ao Campo Pequeno?

- Em relação ao Campo Pequeno, simplesmente existiu uma sondagem e uma pergunta sobre se podia ter interesse em enviar o meu historial/currículo, pois não queriam ter só uma radiografia actual, mas sim histórica, de forma a consolidarem os seus conhecimentos e foi só isso! Nunca falei com ninguém ligado ao Campo Pequeno após o envio dessa informação, nunca pressionei reuniões, nunca pensei em o fazer, pois sei que na base da vida existem valores e eu não sou dos que parecem santos e são demónios… felizmente. Se existe um empresário que diz que tem contrato e está a anunciar as suas ideias para a temporada de 2022, cabe-me a mim estar no meu sítio e longe de confusões. Não contem comigo para confusões e problemas. 

Se o Campo Pequeno estiver sem empresário serei eu hipócrita e dizer que não tenho interesse? Sabe o Miguel perfeitamente o que eu sinto pela Praça de Toiros “Palha Blanco”, que para mim é a mais importante do país e logo a seguir a Praça de Toiros “Daniel do Nascimento” pela sua importância e por entender que ambas são as praças mais exigentes do país e que nestes últimos dois anos foram as praças onde têm ocorridos os espectáculos mais marcantes da temporada. Mas Lisboa tem categoria e eu gosto de criar espectáculos de categoria e estar envolvido na criação de espectáculos únicos e, por isso, é normal que Lisboa seja sempre algo que, sem ser uma obsessão, nunca pode ser ao mesmo tempo algo que não seja apetecido. 

Mas mais importante do que falar em cenários é trabalhar para marcar acontecimentos, momentos e criar a expectativa, é o desejo dos aficionados estarem nas praças de toiros e isso só é conseguido com espectáculos únicos, com elevadíssimo interesse e com conteúdos muito atractivos e nós estamos a preparar a temporada dessa forma e contém connosco para criarmos espectáculos cheios de expectativa e se Deus quiser de grandes triunfos de toureiros, ganadeiros e forcados!


Foto M. Alvarenga