João Ribeiro Telles (na foto, este ano, quando saíu em ombros do Campo Pequeno) atingiu, sobretudo nas últimas três temporadas, o patamar mais alto das primeiras figuras do toureio a cavalo. Para muitos, foi o grande triunfador de 2021 - mas há outras opiniões, o que é natural. Para ele, o maior prémio “foi a grande temporada que fiz e o enorme apoio e carinho que senti do público”.
Deixou de estudar há alguns anos e hoje vive “a mil por cento” para o toureio, rodeado de uma equipa de profissionais que considera serem “os melhores”. Chegou onde chegou, mas não lhe chega. “Não estou nunca satisfeito, quero sempre ir mais além e estou a lutar por isso mesmo”, afirma.
Confirma que há três anos esteve a um passo de ser apoderado por Rui Bento, mas hoje reconhece que Ricardo Levesinho é “o melhor apoderado que podia ter” - e vão continuar lado-a-lado.
Recorda as vivências com o Avô, Mestre David, ainda e sempre uma das maiores referências do toureio equestre mundial.
Esta é a última grande entrevista que publicamos aqui no “Farpas”, a dois dias de terminar o ano. João Telles afirma-se “preparado e moralizado” para os grandes desafios da próxima temporada, tem cavalos novos e gostava de voltar a encerrar-se com seis toiros, desta vez no Campo Pequeno.
Quando combinámos a entrevista, disse-me: “Pergunte tudo o que quiser, não vou fugir a nenhuma questão, vamos fazer uma coisa em grande!”. E não fugiu mesmo a questão alguma.
Aqui está João Ribeiro Telles, um dos maiores craques do toureio a cavalo da actualidade. Por ele próprio. De frente e sem martingalas - como gosta de enfrentar os toiros. E a vida.
Entrevista de Miguel Alvarenga
- João, afinal de contas quem foi o grande triunfador desta temporada?
- Não gosto de falar de mim, mas sinto que foi uma temporada em que fui dos poucos que marcou a diferença…
- Estou de acordo! Mas houve prémios já atribuídos e não recebeu nenhum… arreliado com isso?
- Arreliado, não propriamente. É claro que gostamos sempre de ser reconhecidos com os prémios, mas estou consciente da minha temporada e para mim esse foi o grande prémio! Fui considerado uma vez mais o triunfador da Feira da Moita e sinto que esse é um dos prémios que marca a diferença, pela categoria que tem.
- E quais foram as suas grandes corridas? A saída em ombros de Lisboa? O mano-a-mano com o Maestro João Moura em Santarém?…
- Essas duas, sem dúvida que foram das melhores. Mas houve outras. Montemor, por exemplo, com o Moura Júnior e o Palha, foi uma tarde daquelas em que marquei a diferença. Também recordo a corrida nos Açores, as da Moita, Coruche. Foi uma época muito redonda e muito importante para mim.
- A sua quadra de cavalos é a melhor do momento em Portugal?
- Não me posso queixar nada com a quadra, na verdade, mas quero sempre mais!
- 2021 foi um ano azarado para a Família Ribeiro Telles, primeiro com a colhida do seu tio António e depois as dos primos Manuel Telles Bastos e Francisco Palha. Sentiu isso, é supersticioso, pensou que a seguir lhe tocaria também a si?
- Não penso muito nisso na verdade, mas claro que depois do meu tio António e do Manuel, as coisas falavam-se cá em casa. Mas quando toureio entro sempre em praça para dar o meu melhor e nunca penso no pior.
- Está marcado um mano-a-mano com Rui Fernandes em Coruche. Com quem mais gostava de medir forças em 2022?
- Eu e todos os toureiros contratados para a Coruche comprometemo-nos com a empresa a não divulgar os cartéis, que a empresa pretende apresentar em breve numa festa. Mas não vou fugir à pergunta, uma vez que o Miguel já ontem divulgou os cartéis. É o seu trabalho como jornalista, não o vou criticar por isso e não vou dizer que é mentira ou fugir à pergunta, disse-lhe que responderia a tudo e vou fazê-lo. Gosto sempre de competir com os melhores. Por isso, todos os que se estiveram a destacar são competidores ideais e gostava de competir com eles!
- Esse mano-a-mano com Rui Fernandes pode significar um tira-teimas do prémio da Feira da Moita?
- Não, não há tira-teimas nenhum! O Rui Fernandes é, sem dúvida, um dos grandes toureiros, um toureiro que está a atravessar um grande momento, tivemos a sorte de coincidir em muitos cartéis, no ano passado ele toureou só na Moita, coincidimos nesse mesmo cartel, ele teve uma actuação verdadeiramente redonda, muito boa, eu tive a sorte de vencer o prémio, mas toureei em duas corridas da Moita, não foi só nessa. O mano-a-mano com o Rui Fernandes ou com qualquer outro toureiro da linha da frente é sempre uma coisa rematada, não é tira-teimas nenhum, mas é sempre uma corrida em que lutamos os dois por estar melhor e, com ele ou com outro, tento sempre que seja eu a sair por cima!
- João, hoje as figuras do toureio não levam público às praças? Não há ídolos como houve nos tempos de Moura, do teu Pai, etc.?…
- A realidade é que não há hoje esse boom que havia antigamente, mas penso que há ídolos, penso que se está a tourear bastante bem hoje em dia, mas a realidade é que os tempos mudaram, isso reflecte-se em todas as áreas, não só na tauromaquia… É claro que todos gostávamos que houvesse mais público, mas penso que estamos a atravessar um bom momento outra vez, a coisa está a dar a volta, há um grupo de toureiros novos que estão a dar a cara todos os dias num nível bastante alto e penso que pode haver aqui nesta geração a renovação do toureio.
- Diz-se que os cachet’s dos toureiros tiveram de baixar nestes dois anos da pandemia. Aceitou moldar-se aos tempos da pandemia? Acha que as coisas vão melhorar no próximo ano?
- Felizmente, sinto-me um privilegiado, porque na verdade e no meu caso não houve essa diferença significativa. Pelo menos, falo por mim. Acho que sim, que as coisas vão melhorar, se Deus quiser.
- Qual seria o melhor cartel para a temporada de 2022, incluindo-o a si?
- Como disse antes, gosto que os melhores estejam ao meu lado e aqueles que se destacam. Não lhe digo o cartel ideal. Digo, sim, que se estão a programar para 2022 alguns cartéis daqueles com que eu sonhava.
- Houve este ano uma crítica duríssima na revista “Novo Burladero” ao seu toureio, aquando do mano-a-mano com Bastinhas em Lisboa… quer comentar?
- É uma revista que não compro, mas obviamente que tive conhecimento dessa crítica a que se refere… Estar a responder ou a comentar isso significaria descer a um nível de má educação que não faz parte da minha maneira de ser e da forma como fui educado. Sabe, às vezes essas críticas negativas até nos acabam por dar mais força! Eu aceito todas as críticas, desde que sejam construtivas, as boas e as más. Por isso, vejo sempre tudo pela parte positiva. E ignoro esses ataques. É a única publicação que está contra mim. Vale o que vale…
- É verdade que há três anos esteve mesmo a um passo de ser apoderado por Rui Bento?
- É verdade que houve conversas com o Rui Bento, sim senhor, mas não se chegou a fazer nada e, na verdade, ainda bem, porque não podia estar melhor melhor apoderado aqui no nosso país pelo Ricardo Levesinho.
- Um excelente apoderado e um grande empresário. Vão continuar, claro…
- Sim, claro que sim, sem dúvida alguma!
- E Espanha, continua nos seus horizontes, vai continuar a tourear lá?
- Sem dúvida, é um sonho que tenho e, a passos, vou conseguindo entrar em Espanha! Tenho o sonho de fazer uma temporada grande em Espanha um dia, mas também sei as dificuldades que existem hoje em Espanha.
- Quem é o seu apoderado lá?
- Não tenho nenhum apoderado em Espanha. Nas últimas temporadas toureei lá sem apoderado, mas com bons amigos, como foi o caso de Madrid as duas vezes, Alicante, directamente com Simón Casas… e nesse mesmo ano e nos últimos foi directamente com um grande amigo e um grande empresário que é o Carlos Zuñiga, que me pôs em algumas feiras de importância, com quem mantenho grande relação de amizade e de admiração pelo excelente trabalho que tem feito.
- É, da Família Ribeiro Telles, o menos clássico, à semelhança do que foi seu Pai, para mim um dos grandes toureiros a cavalo dos últimos anos. Classifique o seu estilo, diga-me que tipo de toureio mais sente e mais gosta de interpretar.
- O toureio que eu sinto é o chamado toureio “moderno”, entre aspas. Gosto de tourear acima de tudo devagar, que os cavalos sintam o que estão a fazer, gosto muito de lidar, das sortes ao píton contrário. É esse o estilo de toureio que eu sinto e que gosto de interpretar, não imito ninguém e as coisas quando me saem realmente bem acho que se nota na bancada.
- Quem são os seus ídolos no toureio a cavalo?
- O meu grande ídolo é sem dúvida nenhuma o meu Pai, devo-lhe a ele tudo nesta minha curta carreira, ele deixou tudo por mim. É o meu grande ídolo. Mas gosto de vários toureiros, Não vou estar a dizer muitos nomes, para não me esquecer de nenhum, mas há, por exemplo, um toureiro que me diz muito que é o João Salgueiro pai, o João Moura pai, o meu tio António, o Pablo, o Ventura… e nesta nova geração há também grandes toureiros que eu admiro.
- Seu Avô, Mestre David, continua a ser uma das maiores referências do toureio a cavalo. Que memórias guarda dele, João?
- O meu Avô foi, sem dúvida, um grande marco para a tauromaquia mundial e ainda hoje se fala dele, felizmente, continua a ser uma grande referência para toda a gente e para todos nós. Tudo o que me lembro dele é bom para mim e para todos nós. Foi uma pessoa de bem e que queria o bem para todos e ajudou muita gente. Só lhe temos a agradecer por tudo!
- Uma vez, quando o João começou, o nosso querido e saudoso amigo Bacatum disse-me, com a graça que o caracterizava, que “se o público não gostar deste João, ainda lá há em casa muitos mais Ribeiro Telles para tourearem”… Depois veio o António filho e veio também o Tristão. Há mais Telles na calha para continuar a assegurar a dinastia?…
- Bem, a verdade é que tem sempre saído mais um coelho da cartola! Nós somos muitos, somos trinta e tal netos (de Mestre David), eu já tenho um filho, o meu primo Manuel também tem um filho, bisnetos também já há uns quantos, o futuro a Deus pertence! A verdade é que nunca se forçou nada a ninguém na família, mas a realidade é que nascemos com “aquilo” e por isso é natural que muitos pendam para “aquilo”!…
- Com o Tristão (Ribeiro Telles Guedes de Queiroz) tem um relacionamento maior, visto ser seu pupilo. E tem demonstrado que é outro Telles que vai marcar! Continua a seu lado? E que futuro lhe preconiza?
- Sim, o meu primo Tristão é como se fosse mais um filho cá em casa, adoro-o e ajudo-o sempre em tudo o que puder. E, como é lógico, por mim e por ele, vai continuar cá em casa, tem aprendido todos os dias cá em casa. Acho que é bom também ouvir outras pessoas, ver outras coisas, mas a base e o quartel-general dele vai continuar a ser aqui. Acho que tem bastante futuro, tem demonstrado isso nesta sua ainda curta carreira de amador, agora já é praticante, tem toureado corridas boas, já ganhou alguns prémios, vamos geri-lo da melhor maneira, está agora na fase em que tem que rodar, tem que ganhar traquejo, mas penso que tem muitas qualidades.
- Chamar-se Ribeiro Telles ajudou e foi meio caminho andado para o João singrar neste mundo?
- Não vou esconder que ajudou no princípio a entrar em grandes cartéis, claro que sim. Eu, quando era amador, toureava quase sempre com os profissionais. Depois, quando passei a praticante, toureei muitas corridas ao lado de duas figuras, lembro-me de ter toureado muito com o João Moura pai, com o João Salgueiro pai, sem dúvida que isso ajudou. Mas também é uma grande responsabilidade carregar o nome Ribeiro Telles, pode-nos dar uma oportunidade ou duas, mas depois se não dermos a cara nas praças não vamos andar o resto da vida à boleia do nome Ribeiro Telles…
- Como é passado o seu dia-a-dia?
- É completamente dedicado aos cavalos. Deixei de estudar há bastante tempo para me dedicar ao toureio. Para tentarmos ser os melhores em qualquer coisa temos que nos dedicar a cem por cento. Foi o que eu fiz, foi o que os meus pais me deixaram fazer e eu para deixar de estudar tinha que me afincar a fundo e acho que isso tem tido os seus frutos, por isso o meu dia-a-dia é completamente dedicado à minha profissão, sem esquecer a minha família, porque sem ela eu não era nada.
- O João tem duas filhas e um filho. Se alguma delas ou ele quisessem ser toureiros?
- Sim, tenho duas filhas e tenho agora também um filho, o João, com sete meses. A minha filha Caetana adora montar, conhece os cavalos todos de toda a gente. Se me dissesse que queria ser toureira, não iria gostar, mas é lógico que não iria forçar nada, porque acho que é uma profissão tão dura para nós, homens, quanto mais para uma senhora. Não lhe desejaria isso, mas se quisesse, claro que contava com o meu apoio total. Ela ou a minha outra filha e o meu filho, mas isto é uma profissão tão dura…
- Com que figura pública ou político gostaria de jantar e porquê?
- É uma pergunta um bocado difícil, porque a meu ver há tantas pessoas a quem nós devíamos abrir os olhos, por isso não é fácil estar a escolher uma… mas gostava de jantar com o Prof. Marcelo, o nosso Presidente, para lhe tentar fazer ver que ele, dando a cara, como dá por tanta coisa, e assumindo, isso seria uma mais valia para ele, porque a nossa tauromaquia faz parte da Cultura, de que muitos gostam, mas é difícil darem a cara e assumirem, têm medo. Ele próprio ia às corridas, o António Costa foi ao Campo Pequeno… mas eles agora são políticos e fazem o que lhes convém. Eu defendo o que gosto e levo as coisas até ao fim, mas por isso sou toureiro, não sou político. Acho que há muita gente importante a quem devíamos procurar abrir os olhos, e o Presidente Marcelo é uma delas, mas quem somos nós para o fazer isso…
- Alguma vez na sua carreira se sentiu injustiça pelas empresas e pela crítica?
- Não, sobretudo pela parte dos empresários, não. Dou a cara todos os dias, acho que cheguei a um ponto em que o difícil é manter o nível e por isso fala-se mais de uma corrida menos boa, as pessoas dizem “olha, hoje ele não esteve ao seu nível”, do que das corridas de triunfo. Por um lado isso é bom, por outro lado não é muito bom, porque às vezes há grandes actuações de que se fala menos, porque é disso que o público está à espera, de que estejamos sempre ao nível a que o habituámos. Oitenta ou noventa por cento dos toiros que lidei esta temporada foram toiros de primeira, em praças de primeira, corridas muito duras, não houve corridas para aliviar ou de menor responsabilidade e eu sinto que o público exige muito de mim, estou perfeitamente agradecido por isso, mas quanto à crítica, às vezes falam mais e dão mais ênfase a uma actuação menos boa do que às melhores… Mas como em tudo, quando as críticas são construtivas, é bom. Hoje em dia há críticos que só dizem mal, outros que dizem bem por dizer, mas acho que quando a crítica é verdadeira e construtiva, é a melhor.
- Os seis toiros em Coruche foi uma corrida memorável e inesquecível. Pensa repetir um dia a proeza?
- Foi sem dúvida uma corrida que me marcou e uma semana que me marcou. Toureei seis toiros em Coruche e na mesma semana cortei uma orelha em Madrid. É uma coisa a repetir em qualquer momento, sinto-me preparado para esse desafio, tenho uma quadra preparada. Gostava de voltar a tourear seis toiros e não vou esconder que gostava que isso acontecesse um dia no Campo Pequeno, que é a primeira praça e aquela em que todos gostamos de marcar presença.
- A sua equipa/quadrilha mantém-se toda em 2022?
- Sim, mantém-se toda. Tenho uma equipa que considero perfeita, viu-se na Gala da Tauromaquia, eu não estava cá, mas todos os membros da minha equipa nomeados foram premiados e isso para mim é um prazer e uma honra. Posso dizer que tenho os melhores a meu lado.
- Duarte Alegrete é uma peça fundamental na sua equipa?
- Sem dúvida nenhuma! Toda a gente sabe que o Duarte Alegrete é uma peça fundamental na minha equipa. Ninguém é insubstituível, mas ele está comigo de manhã à noite, encaixa-se perfeitamente na minha maneira de montar, de ver as coisas, de pensar e de sentir, acima de tudo, a tauromaquia. É sem dúvida um companheiro muito importante e estou-lhe muito agradecido por estar comigo.
- As suas últimas temporadas, as três últimas sobretudo, permitiram-lhe dar o salto e ser hoje referenciado como um dos primeiros do toureio a cavalo. Sob esse prisma, como encara a nova temporada de 2022?
- Encaro 2022 como um desafio ainda maior. Quero sempre mais e melhor. Fico muito contente por me encaixarem no topo e a próxima temporada vai ser muito importante para mim, quero fazer coisas diferentes e que estão já pensadas, mas sobretudo manter o nível já era óptimo!
- Há cavalos novos?
- Tenho sete ou oito cavalos novos, se calhar dez contando com os poldros, filhos dos meus craques, que já andamos a desbastar, mas que ainda não estarão prontos para 2022. Mas tenho seis ou sete cavalos que poderão ser estreados em 2022, o Inverno é grande, vamos ver. Mas tenho por norma estrear sempre alguns cavalos, algumas surpresas.
- O “Ilusionista”,o cavalo Ortigão Costa dos ferros de parar corações é um dos melhores da sua vida? Qual foi o cavalo da sua vida, João?
- Falar do cavalo da minha vida é um bocadinho complicado, porque já tive cavalos muito importantes, até a nível actual, mas não há dúvida que o “Ilusionista” é um cavalo que marca a diferença quando entra em praça, bastante bonito, típico, preto, que tem bastante praça e é um génio. Tive a sorte de me encontrar com ele e ele comigo, já toureia há uns anos, mas é um cavalo ainda bastante novo, já ganhou dois prémios como Lusitano na classe de debutante e de consagrado e é um cavalo de que ainda se pode esperar muito e que vai ainda dar muito que falar!
- O que podem os aficionados esperar de João Ribeiro Telles em 2022?
- O mesmo de sempre! Sinto-me preparado e encaro a temporada de 2022 como mais um grande desafio, ainda maior que o de 2021, e o de 2023 maior ainda e por aí sucessivamente. Acho que vou no caminho certo, mas quero ainda muito mais e chegar mais longe. Podem esperar de mim o mesmo de sempre. Estou moralizado, preparado e vou um ano mais procurar dar o meu melhor e manter este nível. Já há muita corrida falada, rematadas não há ainda muitas, mas tenho a temporada delineada e penso que vai ser uma temporada que não foge muito das anteriores, com datas tradicionais, corridas boas, praças importantes e cartéis de grande competição. Mesmo nestes anos da pandemia houve grandes corridas e realizaram-se as grandes feiras e eu estive presente. Penso que 2022 vai ser outra vez uma temporada em cheio! Em que, como disse, projecto fazer coisas diferentes!
- Se voltasse atrás no tempo o que emendaria da sua trajectória?
- Há sempre coisas a emendar, mas acho que não fugia muito do caminho que tenho levado, um caminho recto, pela verdade, pelo trabalho. Todos cometemos erros, mas acho que não mudava nada na minha maneira de viver. Há tantas pedras no caminho, mas eu tenho sempre conseguido ultrapassá-las. Consigo viver como sinto e como gosto, não ando a esconder nada a ninguém, nem a fazer fretes nenhuns, por isso acho que não iria mudar nada, sinceramente.
Fotos João Silva/@João Ribeiro Telles