E precisamente no último dia de 2021, segundo ano da terrível pandemia, deixamos aos aficionados aquela que pode ser a primeira grande "bomba" da próxima temporada, pese embora o facto de não existir ainda nenhuma confirmação oficial: o empresário Luis Miguel Pombeiro já estabeleceu contactos e anda atrás do mítico matador espanhol José Tomás para que este marque presença, em Julho, na corrida inaugural da nova temporada do Campo Pequeno, em Lisboa.
Questionado pelo "Farpas", o empresário não quis adiantar nada, salvaguardando-se com a sua postura habitual de "não anunciar uma coisa que depois pode não se concretizar, para não alimentar expectativas que mais tarde possam ser uma desilusão".
Mas o "Farpas" sabe que Pombeiro já teve contactos nesse sentido com o empresário espanhol José Maria Garzón, irmão do seu sócio Luis Garzón (na empresa Ibéria Toros) e tido como muito próximo de Salvador Boix, o apoderado de José Tomás, bem como do próprio toureiro.
E na última semana, Marco António Hierro, do site espanhol cultoro.es, por norma um jornalista bem informado, anunciou que "a presença de José Tomás em 2022, o único garante de 'la reventa', é possível em distintas praças europeias" - que significa que, se voltar às arenas, o mítico matador poderia não actuar somente em Espanha, mas fazê-lo também em França e... em Portugal.
O jornalista adianta que José Tomás poderia em 2022 apoiar o regresso do matador Alejandro Talavante e que ambos poderiam mesmo tourear mano-a-mano no próximo ano na praça de Córdoba, gerida precisamente por José Maria Garzón, que foi o último empresário a contratar José Tomás.
Outra praça onde José Tomás poderia actuar seria a de Málaga, adianta Marco António Hierro - e também aqui se fala de José Maria Garzón, citado como um dos potenciais candidatos ao concurso de La Malagueta, se bem que ainda nem tenha sido divulgado o respectivo caderno o de encargos. Tomás foi o último toureiro a esgotar a praça de Málaga pelas costuras quando ali actuou "mano-a-mano" com o rejoneador Pablo Hermoso de Mendoza.
E será esse "mano-a-mano", precisamente, o cartel com que Luis Miguel Pombeiro sonha para abrir a temporada lisboeta em Julho de 2022. Esta semana, na grande entrevista que deu ao "Farpas", Pombeiro anunciava precisamente a intenção de, mesmo que com menos corridas, levar a efeito "uma grande temporada" no próximo ano em Lisboa, passados que estão os dois anos difíceis da pandemia. E disse mais: disse que se voltasse a dar uma corrida mista, "seria com um cartel para esgotar"... sem adiantar contudo pormenores alguns.
Fica a dica - sempre relevando que nada está confirmado, muito menos a decisão de José Tomás de tourear em 2022.
A título de recordação, lembramos que José Tomás toureou já duas noites na praça do Campo Pequeno: a primeira foi em 7 de Agosto de 1997, "mano-a-mano" com o cavaleiro Paulo Caetano, numa das últimas corridas celebradas em Lisboa antes da praça encerrar para obras. Foi a corrida da entretanto extinta revista "Nova", lidaram-se toiros de Herdeiros de Conde Cabral e pegaram os forcados Amadores Lisboa, comandados ao tempo por José Luis Gomes. Caetano e Tomás sairam em ombros e essa noite foi considerada o maior acontecimento da temporada de 1997.
Em Setembro desse mesmo ano de 1997, no dia 4, José Tomás toureou pela segunda vez no Campo Pequeno na 5ª Corrida do "Correio da Manhã" (uma organização do recentemente falecido Manuel Andrade Guerra, ao tempo director-adjunto do jornal), formando cartel com o Maestro Vitor Mendes e os cavaleiros Luis Miguel da Veiga e João Moura. Pegaram os forcados Amadores do Montijo (comandados então pelo saudoso José Luis Figueiredo) e lidaram-se toiros da ganadaria de João Moura.
Fotos D.R., Marques Valentim e Emílio de Jesus/Arquivo
José Tomás na noite da sua estreia no Campo Pequeno, a 7 de Agosto de 1997, onde toureou "mano-a-mano" com o cavaleiro Paulo Caetano |