sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Operação correu bem e Fernando Clemente está estável


Última Hora - Já terminou a intervenção cirúrgica às fracturas em três vértebras cervicais sofridas ontem peplo repórter fotográfico Fernando Clemente, director do site "parar templar mandar" e colaborador de diversos outros orgãos de comunicação social, ferido ontem na trincheira da praça da Moita por um toiro da ganadaria Prudêncio que saltou as tábuas e o apanhou desprevenido.
O fotógrafo sofreu uma grande golpe na cabeça e levou 35 agrafos, mas os exames a que foi submetido esta manhã no Hospital de São José deram conta das três fracturas nas vértebras, obrigando a que passasse pelo bloco operatório.
A intervenção correu bem, dentro do que era previsto e o doente encontra-se agora nos Cuidados Intensivos da Unidade Vértebro-Medular (UVM) de São José, sendo as próximas 48 horas decisivas para avaliar a sua recuperação.
Segundo as nossas fontes no hospital, o prognóstico é ainda reservado, mas Clemente encontra-se estável e faltam agora os exames à cabeça, que deverá fazer nos próximos dias, para descartar eventuais lesões cerebrais.
Desde o acidente, ocorrido já esta madrugada (pouco depois da meia-noite) quando se iniciava a lide, por Luis Rouxinol Júnior, do quinto toiro da corrida concurso de ganadarias na praça da Moita, Fernando Clemente esteve sempre consciente, mas com muitas dores na cabeça e nas costas.
No Hospital do Barreiro, para onde foi transportado depois de assistido, suturado na cabeça e estabilizado pelo Dr. António Peças e a sua equipa na enfermaria da praça, Fernando Clemente "queixava-se de dores e só pedia aos médicos que lhe dessem qualquer coisa para as atenuar", conta Maria João Mil-Homens, que esteve a seu lado quando ali deu entrada. Mas, acrescenta a repórter, "esteve sempre tranquilo e a sua única preocupação era a mãe, senhora idosa, que vive sózinha e que ele costuma visitar diariamente em Lisboa, onde ambos residem".
Antigo aspirante a toureiro, chegou a actuar como amador nos anos 60, antes de se radicar em Londres, onde viveu e trabalhou muitos anos da sua vida. Fernando Clemente, de 72 anos, regressou a Portugal há cerca de quinze anos. Reformado e a viver sózinho, depois de a companheira ter falecido há cerca de ano e meio, há já alguns anos que é repórter fotográfico taurino.
Muitos o criticam pelo facto de não vender fotografias, antes as oferecer. Sempre disponível para apoiar e colaborar com qualquer orgão de comunicação social, a troco de nada, Fernando Clemente costuma dizer que "fotografar mantém-me vivo e como gosto muito da tauromaquia, foi a forma que encontrei para não ficar parado e poder ser útil a quem precisar dos meus préstimos".

Foto M. Alvarenga