O primeiro festejo da temporada, ontem em Mourão, ficou marcado por alguma polémica envolvendo o cavaleiro Manuel Telles Bastos e o director de corrida Agostinho Borges. Em causa, o piso da arena, que Telles Bastos afirma que estava impraticável e Agostinho considerou que estava bom...
O festival que ontem abriu a temporada nacional na praça alentejana de Mourão ficou marcado, refere Hugo Calado no seu site toureio.pt, "por uma troca de palavras mais acesas entre o cavaleiro Manuel Telles Bastos e o director de corrida Agostinho Borges".
E acrescenta o crítico taurino e director do referido site:
"O cavaleiro alegava que a arena precisava de mais tratamento e o director de corrida mandou retirar o tractor e deu ordens para o espectáculo dar seguimento. Após a entrada de Manuel Telles Bastos na arena, este terá verificado que a arena ainda estava escorregadia e começou aí a troca de palavras".
Joaquim Grave, organizador do festejo, em declarações ao mesmo site toureio.pt, considera que foi um episódio "lamentável". O conhecido ganadeiro teceu mesmo acusações ao cavaleiro da Torrinha que foram publicadas no site de Hugo Calado e posteriormente retiradas.
Já Manuel Telles Bastos, também em declarações a Hugo Calado, afirma que "há muito tempo que não sentia um piso tão mau, a escorregar em todo o sítio e foi uma sorte não ter caído", acrescentando que "o Agostinho tem de perceber que se não há um piso bom, não há toureio".
E promete não mais voltar a tourear em Mourão:
"O Agostinho não viu o piso, eu é que vi, eu quis pôr a grade antes do espectáculo acontecer e não me deixaram. Mas serve de ensinamento, nunca mais cá venho".
Mas as polémicas não se ficaram por este episódio e o director de corrida Agostinho Borges voltou a estar debaixo de fogo quando mandou recolher o novilho-toiro de Murteira Grave que cabia ao matador francês Juan Leal, substituindo-o pelo sobrero. Também nas suas declarações ao toureio.pt, Joaquim Grave, ganadeiro e organizador do festejo, considera-se "muito satisfeito pelo êxito artístico do festival", mas também não poupa o director Agostinho Borges (antigo forcado) e diz:
"Ele está com um critério de Madrid, ele não sabe esperar, ele não sabe o que é que custa criar um toiro no campo, não sabem, lêem meia dúzia de livros mal lidos e depois decidem assim, é uma pena".
Enfim, o festival de ontem deu um arranque animador à temporada com grande ambiente e praça esgotada, mas nem por isso deixou de ter a sua dosezinha de polémica. Até seria estranho se nada disso se tivesse passado... à portuguesa, concerteza!
Fotos Hugo Calado/toureio.pt e Mónica Mendes