terça-feira, 5 de novembro de 2013

Se os outros calam, contamos nós!

Estive no Montijo a apoiar os grupos de forcados que participaram no evento
que lhes dedicaram João Pedro Bolota, Abel Correia e Pedro Gonçalves.
Mas agora quem não quer ser júri sou eu!
João Telles Jr. este ano em Almendralejo (Espanha) com Cipriano Hebrero
e Paco Duarte, da empresa "Eventauro". Reproximação em final de temporada?...
Rui Fernandes está em lua-de-mel. Novos apoderados, só mais para a frente...


Se há coisa que eu odeio é ser júri de alguma coisa - e muito menos de touradas. Credo! Aceitei o desafio do meu querido amigo João Pedro Bolota pela simples razão de que nunca digo "não" aos amigos. Fui júri das pegas no sábado no Montijo. No domingo estava para não ir, mas fui...

No próprio sábado, falei com o Luis Miguel Pombeiro e informei-o de que ia comunicar ao João Pedro Bolota que domingo não iria, para me substituir no júri. Motivo principal: o meu filho Guilherme fez 20 anos no domingo. Motivo secundário: repito, não gosto de ser júri...

Depois, acabei por ir. Única e exclusivamente por entender que não podia fazer isso - faltar - ao João Pedro Bolota. Fui, aliás, especialmente no primeiro dia, o único orgão de comunicação social presente na festa de exaltação ao Forcado Amador. Posso orgulhar-me de que, se não fosse o "Farpas", mais ninguém tinha falado ou dado qualquer importância ao evento...

Revoltei-me, sim senhor, pelo facto de os Forcados terem voltado as costas e terem faltado a um evento que lhes era dedicado e que era, acima de tudo, organizado por um Homem e um Forcado, para já não dizer um Empresário, a quem todos eles deviam respeito...

Manifestei - por escrito, que é como o faço sempre há mais de 30 anos - a minha revolta e a minha indignação pela ausência de Forcados num evento onde nenhum deles devia ter faltado...

Ontem, na Rádio Portalegre, fui confrontado, a abrir o programa, com uma tomada de posição, que desconhecia, de um dos grupos participantes, que anunciava não disputar a final... se eu estiver presente na praça! Reagi a quente e considerei uma estupidez essa atitude - por que o é, na realidade. Odeio também gente estúpida - mas de forma alguma chamei, como alguns quiseram interpretar, "estúpidos" a todos os Forcados. Só o faria se fosse, também, estúpido. E, graças a Deus, orgulho-me de o não ser...

A partir daí, gerou-se uma tempestade num copo de água. Alguns (ditos) Forcados (de segunda e terceira linha) vieram para a praça pública chamar-me nomes, criaram movimentos nas redes sociais, entraram em histeria... mas esqueceram-se do principal: deveriam ter estado no Montijo e não estiveram... Os meus telemóveis ainda não pararam desde a noite de ontem. Forcados actuais (dos de Verdade) e, sobretudo, Forcados antigos, têm-me manifestado a sua solidariedade e a sua concordância, em detrimento da lamentável tomada de posição do tal grupo...

Os bandarilheiros, pressionados pelos seus cavaleiros, recusaram-se a coadjuvar as actuações dos Forcados. Tiveram que vir, para vergonha da nossa tauromaquia, toureiros de Espanha fazê-lo - com a maior das dignidades. Não li, até ao momento, qualquer reacção dos Forcados face à afronta que os nossos bandarilheiros lhes fizeram. Por quê?...

Queria-se uma festa de exaltação ao Forcado Amador. Mas os primeiros a falhar foram os próprios Forcados. Terá valido a pena, João Pedro Bolota?...

Saber ler, qualquer um aprende. Saber interpretar, conseguir interpretar, depende da inteligência de cada um. O que escrevi - e de que não me arrependo - foi em defesa dos Forcados, foi em prol da sua união. Se faltaram ao primeiro dia, tinham obrigação de entender que não deveriam ter primado pela ausência e tinham obrigação de comparecer em peso no domingo. Não o fizeram. Pura e simplesmente, estiveram-se "nas tintas" para uma festa que era deles - e só deles. Estou enganado?... Terá valido a pena, João Pedro Bolota?...

Graças a Deus, a minha vida não é ser júri. Não ganho nada com isso - antes pelo contrário. Por isso mesmo, decidi e já comuniquei ao meu amigo João Pedro Bolota, que no próximo dia 17 não integrarei o júri na grande final que vai eleger os grupos de forcados vencedores deste concurso...

Não sou de desistir de nada - e muito menos de fugir do que quer que seja. Mas agora quem não quer sou eu!...

E posto isto, passemos a outras estórias: Rui Fernandes está em lua-de-mel, finalmente, depois de ter cumprido ainda três contratos a seguir ao seu casamento. Por agora, continua em aberto o futuro quanto aos seus próximos apoderamentos, depois de se ter desligado da empresa "Campo e Praça" (o que era natural e previsível, uma vez que a "exclusiva" dizia respeito só a este ano) e também, segundo ele próprio, dos seus apoderados em Portugal (Inácio Ramos Júnior) e em Espanha (José Maria Almodôvar). Os senhores que se seguem estão ainda no segredo dos deuses, mas já há contactos e ainda este ano poderão ser conhecidos...

Entretanto, em Espanha continua animada a dança de apoderados. Marie Sara, diz-se que por exigência de Andy Cartagena, desistiu de apoderar a francesa Lea Vicens. E a rejoneadora Noélia Mota, que estivera tão próxima da empresa "Eventauro", também ainda não tem novos apoderados...

No que respeita aos portugueses (em Espanha), diz-se que João Moura Jr. não seguirá apoderado pela "Eventauro", depois de também se ter desligado de Marie Sara. E diz-se que João Telles Jr. também mudará de apoderado, desligando-se muito provavelmente de Julian Alonso...

Na Moita, ao que corre, a hipotética candidatura de Raimundo e Palhais pode não fazer frente - nem assustar - a "Campo e Praça". O trabalho da empresa de Barata Gomes foi fantástico e em equipa que ganha não se deve mexer - assim deverá pensar a Sociedade Moitense de Tauromaquia quando chegar a hora de decidir a quem entregar a praça "Daniel do Nascimento". Aguarde-se...

Há praças que vão à praça. Mas apesar do burburinho (usual), vão ver que as coisas pouco se vão modificar...

 Fotos Sandra Gomes/@Aficionados da Tauromaquia e D.R.