sábado, 29 de junho de 2019

Angra do Heroísmo: triunfo de Manuel Escribano com um toiro de bandeira de Rego Botelho

Monumental de Angra do Heroísmo foi ontem palco da terceira e penúltima
corrida das Sanjoaninas
A classe o valor de João Moura Jr. voltaram ontem a marcar na terceira corrida
das Sanjoaninas
César Santos à segunda e Luis Cunha à terceira foram ontem os autores das
duas pegas dos Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense
Momentos da grande faena de Manuel Escribano ontem em Angra a um magnífico
toiro se Rego Botelho. Em baixo, Pepe Moral quando dava a volta à arena


Pedro Correia - Após o desaire da corrida a pé do dia 24 de Junho, eis que ontem surgiu um toiro para honrar as divisas açoreanas nas Sanjoaninas na Monumental de Angra do Heroísmo. O toiro “Maninho”, de Rego Botelho, um sobrero que pesou 488 quilos  e detentor de formas preciosas, foi claramente a estrela da feira.
O toiro de procedência Jandilla nunca deixou de repetir com entrega e bom recorrido à muleta de Manuel Escribano, após um luzido tércio de bandarilhas, traduzindo-se na faena mais vibrante e vistosa de toda a feira.
Alternando a faena entre as duas mãos, Escribano foi ganhando sítio numa actuação que foi a mais, tendo ela o seu ponto alto numa série redonda de derechazos, antes dos adornos com circulares e manoletinas que encerraram a faena com o toiro a ter a mesma nobreza e entrega iniciais.
No final Escribano deu duas voltas à arena sob calorosas ovações do público, compensando a faena executada ao seu primeiro toiro da ganadaria de José Luís Cochicho, um oponente que rapidamente se esgotou. Perante este cenário Manuel Escribano saiu da Ilha Terceira como o máximo triunfador do toureio a pé das Sanjoaninas pelo segundo ano consecutivo.
No entanto, antes da segunda actuação de Manuel Escribano, Pepe Moral havia lidado um harmónico toiro de José Luís Cochicho que foi melhorando o seu desempenho graças ao mando que o toureiro espanhol foi impondo. Ao longo da importante faena que desenhou Pepe Moral, ficou na retina uma série notável de naturais rematadas com adornos de rodilhas em terra e passes de peito encadeados. No final Pepe Moral deu uma volta à arena. No seu segundo pouco se viu do sevilhano devido às escassas qualidades que o toiro de Rego Botelho oferecia pela sua aspereza e mansidão.
Por sua vez João Moura Jr. lidou o primeiro e quarto da ordem, ambos os toiros da ganadaria de João Gaspar. O primeiro acabou por refugiar-se em tábuas, o segundo era um toiro cornalão berrendo e com elevada seriedade que media e carregava nos cavalos do toureiro.
Com grande ofício e classicismo, João Moura Jr. cravou com pureza, em todos os terrenos, frente aos seus dois toiros, destacando-se os ferros colocados ao seu segundo oponente montado no “Jamaica”, cavalo que, com apenas cinco actuações está à beira de converter-se numa autêntica estrela de toureio a cavalo pelo seu valor e expressividade.
Os Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense tiveram pela frente dois oponentes complicados, o primeiro que se havia rachado na lide, e o segundo pela violência que evidenciou. Foram caras César Santos ao segundo intento e Luís Cunha ao terceiro.
A praça de toiros de Angra do Heroísmo teve uma entrada de dois terços de público.

Fotos André Pimentel