sábado, 29 de junho de 2019

As 6 pegas de ontem à noite na Monumental do Montijo

Naquela que foi a sua primeira actuação da temporada, o valoroso Grupo de
Forcados Amadores do Aposento do Barrete Verde de Alcochete venceu ontem
com justiça e inteiro merecimento o Concurso de Pegas na Monumental do
Montijo, por obra e graça de um pegão, o último da noite, executado por Diogo
Amaro. Os toiros mansos de Moura Caetano não fizeram grande mal, apenas
empurraram. A competição ontem foi com os Amadores da Tertúlia do Montijo
e com os Amadores do Montijo. Segunda parte da corrida superou a primeira
no que às pegas diz respeito
As tertúlias do Montijo prestaram homenagem, no final, aos dois grupos da
terra pelos seus aniversários

1ª pega - Márcio Chapa (Tertúlia
do Montijo)
A complicação para pegar o primeiro toiro da noite foi mais do grupo (Tertúlia
do Montijo) do que propriamente do animal. O cabo Márcio Chapa foi três vezes
à cara do toiro, não se fechou bem nas duas primeiras e o grupo também não
esteve perfeito a ajudar

2ª pega - Ricardo Figueiredo (Montijo)
O segundo toiro também não complicou muito, mal derrotou, apenas empurrou.
Ricardo Figueiredo, cabo dos Amadores do Montijo, pegou-o à terceira tentativa,
com raça, mas pouco brilhantismo

3ª pega - Marcelo Loia (Apos. Barrete
Verde)
Marcelo Loia, forcado de méritos mais que consagrados, um dos maiores dos
últimos anos, fez um pegão ao primeiro intento ao terceiro toiro da noite. Os
companheiros ajudaram em força. A pega teve a classe, a raça e a técnica a que
Marcelo nos habituou, naquela que foi a primeira actuação do valoroso Grupo do
Aposento do Barrete Verde de Alcochete. Deu volta à arena sózinho acompanhado
por um "mini-forcado" que demonstrou imensa raça, provavelmente uma futura
estrela do famoso grupo capitaneado por Marcelo

4ª pega - Luis Carrilho (Tertúlia do Montijo)
Luis Carrilho, futuro cabo do grupo da Tertúlia do Montijo, executou à primeira
uma rija pega ao quarto toiro da corrida, abrindo a segunda parte que, no que
às pegas diz respeito, foi superior à primeira. Esteve toureiro a recuar, fechou-se
para ficar e contou com uma grande primeira ajuda de Filipe Correia

5ª pega - Isidoro Cirne (Montijo)
A quinta pega foi consumada à primeira, com raça e valor, pelo veterano Isidoro
Cirne, dos Amadores do Montijo, um forcado que já não é propriamente um rapaz
novo e que ainda tem valor - de sobra - para ir à cara de um toiro. O primeiro
ajuda teve acção primordial na consumação da pega, mas há que dar todo o
valor à raça deste forcado de alma. Deu volta à arena com Pablo Hermoso, que
depois deu outra por exigência do público, outra vez com Cirne, o que já não
teve uma justificação por aí além. Foi uma pega de valor, mas não foi uma pega
para duas voltas à arena

6ª pega - Diogo Amaro (Apos. Barrete
Verde)
Pequeno, franzino, coração de leão, braços de ferro, uma vontade férrea, uma
decisão heróica e uma técnica perfeita: Diogo Amaro, o valente forcado que há
dois anos saíu em ombros do Campo Pequeno, entrando na História como o
primeiro que teve tal honraria, é, não existem dúvidas, o "Nuno Megre do Século
XXI". A sua pega ao último e super manso toiro da noite foi um portento de arte,
de valor e de poderio. Diogo citou serenamente, deu toda a prioridade ao toiro,
recuou toureando e mandando na investida, depois fechou-se para não mais sair.
O grupo ajudou em peso. E ele ganhou, com todo o mérito, nem outra coisa podia
ter acontecido, o prémio "Adega de Pegões" para a melhor pega da corrida, que
lhe foi entregue pelo presidente da Câmara do Montijo. Brindou esta grande pega
ao empresário Abel Correia, que ontem era um homem satisfeito, e com razão,
pela enchente verificada na Monumental, como há muitos anos não acontecia

Fotos M. Alvarenga