quinta-feira, 25 de junho de 2020

Um dia bem passado na Tertúlia Pedro Gonçalves

Foi um almoço fantástico - ficou a promessa de o repetir!
Ontem na Tertúlia Pedro Gonçalves, à mesa com três glórias
da forcadagem
Pedro Gonçalves recebe agora os amigos na sua Tertúlia na Moçarria
(almoços e jantares por marcação)
Com a referência eterna da forcadagem montijense: "Machinó"
"Machinó" lendo uma antiga publicação do jornal "Farpas" sobre
Pedro Gonçalves, o Grande
Três "monstros" da nobre arte de pegar toiros: Francisco Costa
Montezo, João Lira e José Luis Horta "Machinó" ontem na
Tertúlia Pedro Gonçalves
Uma foto com Miguel Alvarenga, a marcar uma amizade de muitos
anos
Uma foto com um significado especial: estão na arena um cavaleiro,
um forcado e outro bandarilheiro, mas é Pedro Gonçalves quem
agradece, de montera em mão, as ovações
Pormenores de um salão recheado de História
As fotos que recordam a alternativa de Pedro Gonçalves em 1991 no
Campo Pequeno, apadrinhado pelo Maestro António Badajoz
Bom vinho e boas recordações na Tertúlia Pedro Gonçalves
A estante dos troféus que ao longo de 30 anos de toureio premiaram
a trajectória gloriosa de Pedro Gonçalves nas arenas de todo o mundo
O recanto com as recordações dos tempos de forcado nos Amadores
de Azambuja
É este o magnífico cenário da Tertúlia Pedro Gonçalves
Molhinhos com grão, uma especialidade da gastronomia ribatejana.
Em baixo, Pedro Gonçalves com as glórias da forcadagem


"Amigos & Petiscos são bons a qualquer hora!" - é o lema de Pedro Gonçalves para receber na sua Tertúlia, em Moçarria, a dois passos de Santarém. História de um animado almoço de convívio que juntou ontem três grandes glórias da forcadagem

Miguel Alvarenga - A história e a trajectória de Pedro Gonçalves no mundo dos toiros é sobejamente conhecida de todos.
Iniciou-se como garboso forcado nos Amadores de Azambuja, então comandados por Francisco Vassalo, pegando um total de 73 toiros em vários anos de actividade, até se decidir a trocar a jaqueta de ramagens pelo traje de luces de prata e se tornar no maior bandarilheiro da sua geração.
Tomou a alternativa na praça do Campo Pequeno a 5 de Setembro de 1991, apadrinhado pelo Maestro António Badajoz, na noite de despedida do saudoso cavaleiro D. José João Zoio. A 21 de Outubro de 2018 despediu-se nas arenas numa corrida realizada na Monumental de Santarém. Para trás tinha ficado uma carreira de glória de 30 anos de toureio e 28 de alternativa.
Depois do adeus às arenas, Pedro Gonçalves dedicou-se à restauração e abriu em Santarém o "Pátio Ribatejano", agradável restaurante que se viu obrigado a fechar há dois meses devido a esta crise da pandemia. Mas não baixou os braços e passou agora a receber os amigos na Tertúlia Pedro Gonçalves (almoços e jantares só por marcação), na localidade de Moçarria, onde mora, a escassos seis quilómetros de Santarém, na direcção de Rio Maior.
E foi ali, num salão recheado de História - com fotos, cartazes, uma quantidade infidável de troféus que premiaram a sua arte e o seu valor ao longo dos anos nas arenas de todo o mundo (em Madrid e Sevilha, os dois principais palcos da tauromaquia espanhola, foi obrigado a tirar a montera para agradecer as estrondosas ovações com que nuestros hermanos reconheceram e aplaudiram a sua arte única no tércio de bandarilhas) e tantas mais recordações de um trajecto glorioso como Toureiro - que ontem Pedro Gonçalves nos recebeu para um delicioso almoço de molhinhos com grão (especialidade da gastronomia ribatejana, confeccionada pela fantástica cozinheira Madalena) bem regado com um branquinho fantástico. A mim e a três grandes glórias da forcadagem: Francisco Costa Montezo, José Luis Horta "Machinó" e João Lira.
Por lá passaram e almoçaram também o director de corrida Marco Gomes e sua Mulher, Ana Meira, que foram ontem a Santarém fazer compras para os último retoques que estão a dar no futuro Museu Taurino de Alter do Chão, "Ramagens, Ouro e Prata", que muito em breve abrirá as suas portas.
Francisco Costa fez História - e que História! - na forcadagem do Montijo e integrou depois o Grupo de Forcados Lusitanos, que chegou a chefiar sucedendo ao cabo fundador Fernando Hilário.
José Luis Horta, o popular "Machinó", histórica referência dos forcados montijenses e que chegou também a integrar os Amadores Lusitanos, já perdeu a conta aos toiros que pegou na sua vida. Começou aos 13 anos e acabou aos 42. "Foram muitos os toiros que peguei!", afirma.
João Lira é natural de Vila Franca mas, curiosamente, nunca vestiu a jaqueta dos forcados da sua terra. Celebrizou-se como o grande rabejador dos Forcados Lusitanos na década de 80, depois de curtas passagens por outros grupos, entre os quais o célebre do Colégio Nun'Álvares de Tomar.
Os três juntos proporcionaram-nos um momento de convívio inigualável, com estórias das muitas que marcaram as suas passagens pelas arenas.
Foi um dia muito bem passado e ficou a promessa de um regresso em breve. A Tertúlia Pedro Gonçalves é um espaço único - onde se come divinalmente e se respira tauromaquia.
Falta só dizer que o almoço teve como música de fundo o Fado - pela voz sem igual do nosso querido e saudoso amigo António Pelarigo, que deu mais emoção ainda a este encontro de forcados célebres.

Fotos M. Alvarenga